Aceita um chá?

Chá para emagrecer, dormir, relaxar, cólica menstrual, de rim ou simplesmente um chá para acompanhar uma conversa afiada? Bom, escolhido o chá certo para curar a sua enfermidade, isso é se tem, vamos fazer a nossa Boston Tea Party , ou seja, Festa do Chá de Boston.
Há mais de 200 anos, no dia 16 de dezembro de 1773, por isso, me lembrei do chá por estarmos no mesmo mês, colonos norte-americanos se revoltaram contra uma medida da coroa inglesa e atirou 45 toneladas de chá ao mar, precisamente no porto de Boston.

Na época, eles se perguntavam se a forma como a metrópole direciona suas vidas era a mais sensata, foi quando começaram a exigir em troca do pagamento dos inesgotáveis impostos a representação no parlamento inglês. Em 1768, John Dickinson escreveu a primeira canção patriótica dos Estados Unidos, a Liberty Song ("Canção da Liberdade"). O boicote aos produtos ingleses se efetivou, mas o chá era a bebida de todos, igual o cafezinho brasileiro. O governo inglês não resistiu a pressão e exonerou as taxas dos produtos, menos do chá. Fato causou repúdio entre os colonos.

No dia 16 de dezembro queimaram 45 toneladas de chá vindos da Inglaterra no porto de Boston, em outras cidades como Nova York, Filadélfia e Charleston os navios nem conseguiram aportar. A ação foi repreendida com embargo e deu aos militares poder para ocupar as casas dos colonos, porém operários das 13 colônias americanas não se intimidaram. O resultado é que 3 anos depois as mesmas 13 colônias fundavam os Estados Unidos da América.

No fim da conversa, a pergunta é onde está o nosso chá? Por que até hoje entregamos nosso ouro e trabalhamos para pagar impostos? Tudo bem, você num tem a resposta e nem gosta de chá, então, vamos tomar um café.

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Horas na net

Nenhuma palavra entre as milhares espalhadas pelos sites de notícia, entretenimento, relacionamento, horóscopo, religião preenchem meu dia. Elas soam vazias. São inúmeros bordões. As frases feitas são as que mais ocupam espaços, principalmente em texto que falam de sexo. Quando o assunto é sexo, a notícia ou o boato é o mais acessado do site. É aquela velha história: mulher pelada chama a atenção. Homem também, mas discretamente, longe do chefe.

Até as páginas mais conceituadas sempre tem uma, duas, três, modelos sensuais, com poses arrebatadoras, olhares atraentes, quase que em orgasmo. Que pena! Não tem orgasmo? A maioria não passa de caras e bocas, sombra e luz de estúdio e uma dose de photoshop. E claro tem aquelas que andam sem e outras que mostram a calcinha para as lentes. Tudo por uma “fotinha” e um link.

Não pense que vocês homens que vão passar somente com meros receptores dos fatos e boatos. Tem as frutas dos sites e também tem “bonitão” fútil disperso em todos os cantos que não tem muito talento além do corpo. A libido impulsiona o mouse e clica. Pronto abriu a matéria com frases feitas e duas fotos de um ator, cantor, modelo em algum lugar paradisíaco, paradisíaco porque ele o irresistível está lá.

Junto com as outras futilidades, nessa época, tem aquele monte de perguntas do gênero que presente dar para o namorado ou namorada no natal? Poxa!Será que a pergunta seria necessária se o tal namorado ou namorada prestasse atenção no outro. Ai tem aquelas listas enorme de sugestões de presentes recomendáveis e não recomendáveis. Mais no final uma dica infalível: prestar atenção no outro e não tem erro. Olha só que inovadora!

Ainda bem que é natal, tempo de renascer, mudar as ações e atitudes grotescas com quem amamos, fingimos que amamos e aturamos por conveniência. Quem sabe nesse natal nasça a coragem que precisamos para mudar o que precisa ser mudado na vida e parar um pouco de ficar olhando calcinhas e saradões na net. Mas, se papai Noel me entregasse Rodrigo Santoro iria ser grata porque ele não é só bonitão, tem outros componentes que faz o mouse se apressar e soltar um click em qualquer link com seu nome.

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Pra não dizer...

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição...


Geraldo Vandré

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Soneto do Amigo

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com os olhos que contem o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual à mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

VINÍCIUS DE MORAES

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Como ensinar as crianças?

A herança de punir as crianças com agressões às vezes culminam em morte. O desequilíbrio psicológico predomina em momentos que deveriam ser de diálogos e casos como o de Isabella Nardone, Josef Fritzl e o abandono de um garotinho de dois anos na BR, 415, próximo a Itabuna (BA), irrompem a violência infantil velada dos lares.

Como entender o mundo mágico das crianças e educar para viver no mundo de gente grande? Essa é uma missão quase impossível. O escritor polonês, Janusz Korczak, em seu livro, "Quando Eu Voltar a Ser Criança" delata o esquecimento dos adultos de seus dias de brincadeiras e às vezes aplicam as mesmas punições que consideram abusivas em seus filhos.

Para tentar entender esse comportamento a psicóloga, Marisa de Paula analisa a situação sobre a ótica da psicanálise de Sigmund Freud e da psicologia comportamental de Burrhus Frederic Skinner. Ela explica que a cultura de bater nas crianças dentro da psicanálise pode ser explicada pelo comportamento agressivo ou pela repetição. "É comum adotar a mesma metodologia dos pais" frisa.
Marisa alerta que nos dias atuais está ocorrendo uma regressão à tática de punir com agressões por acreditar que as crianças de ‘antigamente’ eram mais comportadas porque tinham mais limite. O que a psicóloga não considera uma verdade. Outro ponto avaliado é a estrutura do casal e o significado do filho na vida deles. "Em qual situação essa criança foi gerada?", questiona apontando que pode ser mais um motivo de desavença.
Já seguindo a linha psicológica de Skinner, Marisa destaca que temos a tendência de ressaltar mais as ações negativas e puni-las com mais rigor. "Quando deveríamos fazer o oposto enfatizar as ações positivas. No entanto, não é a melhor maneira de educar", afirma.

O ideal é ensinar as responsabilidades e os deveres que as crianças têm brincando. Por exemplo, uma criança de dois anos não tem estrutura física e psicológica para arrumar o quarto sozinha. "A mãe pode começar a ensinar isso brincando, até ela perceber a necessidade e tiver idade suficiente para fazer essa tarefa" aconselha. Em outros casos, a psicóloga receita dialogar e mostrar a necessidade e a importância de determinada atividade.

Texto produzido durante as aulas de jornalismo on-line (prof. Luis Paulo Potenza Xavier- 1º semestre de 2008) na facnopar.

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Promessas para o ano novo

O timbre marcante de Bono Vox em New Year's Day, do álbum “War” de 1983, entra pela janela do 4º andar. A melodia trazida pelas ondas hertizianas, da rua, invade a sala e se mistura com a voz de Paula Toller cantando: ...nesse mar, os segundos, insistem em naufragar, esse mar me seduz, mas é só prá me afogar...

As canções se cruzam, mas a única coisa que insiste em minha mente é a chegada de mais um fim de ano. New Year's Day me faz pensar na multidão na praia de Copacabana toda vestida de branco, fazendo oferendas e promessas para uma vida melhor para o próximo ano. Os sonhos parecem que se lançam nas águas do mar, antes do dia amanhecer, e no meio do ano se encontram à deriva, sós em uma imensidão chamada id, ego e superego.

A sedução do mar ou a obsessão exercida sobre ele? Muitos serão os náufragos nesse oceano de egoísmo, onde insistimos em não mudar a rota, em remar a favor da corrupção, das injustiças e todas as ações que punem descabidamente nossos semelhantes. Será que o humanista e vocalista do U2, Bono Vox, tem razão em dizer que nada muda no dia de ano novo? Será que nada muda em todas as esferas ou só no amor?

As luzes de natal formam um cordão colorido na Avenida Curitiba e nas principais ruas do comércio. Transeuntes se esbarram nas calçadas, observam as vitrines com as últimas tendências do São Paulo Fashion Week. Amigos, familiares, conhecidos e desconhecidos dão a bares, lanchonetes, pizzarias, restaurantes e a sorveterias um ar de vida noturna. Se prestar atenção aos diálogos logo perceberá que se vertem sobre trabalho, festas, amor e sexo.

Será que a promessa de paz, respeito aos direitos humanos, ao meio ambiente não será cumprida em mais um ano? Será que vamos continuar a ver por anos seguidos cenas de fome, ataques terroristas, intolerância, mortes e mais mortes? Em 2009 não quero promessas para não me afogar num mar de desencontros comigo e com o mundo.

Quero a certeza de um mundo melhor, começando por mim. Acreditar que posso ser melhor, muito melhor, tornar as pessoas que vivem comigo mais felizes, o ambiente mais limpo, separando tudo o que é reciclável, brincar de pula-corda e joga bola-queimada com as crianças. Fazer biscoitos de nata e bolo de milho verde para hora do café com meus pais. Penso que a palavra delicadeza tem que ser vivenciada com mais ênfase em 2009.

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Dia de Ano Novo

Tudo está quieto no dia de ano novo
Um mundo em branco está em andamento
E eu quero estar com você
Estar com você noite e dia
Nada muda no dia de ano novo
No dia de ano novo
Eu vou estar com você novamente
Eu vou estar com você novamente
Sob um céu vermelho sangue

Uma multidão se reuniu em preto e branco
Braços entrelaçam os poucos escolhidos
E o jornal diz, ele diz
Diz é verdade, diz é verdade e
Nós podemos abrir caminho
Partido em dois nós podemos ser um
Eu começarei novamente
Eu começarei novamente

Oh! E talvez o tempo está certo
Oh! Talvez essa noite
Eu vou estar com você novamente
Eu vou estar com você novamente

E então nós fomos avisados disso em ano dourado
E o ouro é a razão das guerras que nós travamos
Ainda que eu quero estar com você
Estar com você noite e dia
Nada muda no dia de ano novo (U2)

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Acidentes matam 830 mil crianças a cada ano, diz OMS

Batidas de carro, afogamentos e outros acidentes matam 830 mil crianças ao redor do mundo a cada ano. O número é surpreendente e representa um problema comumente ignorado, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) na quarta-feira.

O relatório, que compilou informações de 200 especialistas do mundo inteiro, é o primeiro a delimitar a dimensão do problema e procurar estimular a saúde pública e os grupos de desenvolvimento a entrar em ação, segundo autoridades.

"Ficamos surpresos com a dimensão do problema em nível mundial", disse Etienne Krug, autoridade da OMS que compilou o relatório, em uma coletiva.

A África tem o maior índice de mortes acidentais. Lá, a incidência é 10 vezes maior do que em países ricos como Austrália, Holanda, Nova Zelândia, Suécia e Reino Unido, que têm os menores índices de ferimentos em crianças, de acordo com o relatório.

Cerca de 95 % das mortes ocorrem em países em desenvolvimento, a maioria na África, mas o problema também é acentuado em nações mais ricas. Nestes países, as mortes por acidentes também afetam os mais pobres desproporcionalmente.

Cerca de metade dessas mortes poderia ser evitada com o aumento do uso de cadeirinhas, coberturas para poços e piscinas e barreiras que impeçam o acesso de crianças a construções, entre outras medidas, informou o relatório, feito em conjunto com o fundo para a infância da ONU.

"As crianças mais pobres não têm todos os ganhos das crianças de nações mais ricas", disse Elizabeth Towner, especialista em saúde infantil da Universidade de West England em Bristol, que contribuiu para o relatório. "Os ferimentos na infância são uma causa da injustiça social e precisam ser levados em conta".

Os acidentes nas estradas são a principal causa de mortes acidentais, matando 260 mil crianças e ferindo mais 10 milhões a cada ano. Afogamento, queimaduras, quedas e envenenamento acidental completam a lista das cinco maiores causas.
Krug pediu aos governos e autoridades de saúde que contenham o problema, pois a morte e a incapacitação de crianças pode manter o ciclo de pobreza.

"Toda criança perdida por um ferimento ou uma incapacitação severa vai prejudicar a economia futura do país" disse o relatório.

LONDRES (Reuters) - Por Michaek Kahn

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Maconha pode preservar memória na velhice

Cientistas americanos dizem que substâncias presentes na maconha podem ser benéficas para o cérebro à medida que as pessoas envelhecem, reduzindo índices de inflamação e estimulando a formação de novos neurônios.

A equipe, da Ohio State University, em Ohio, nos Estados Unidos, apresentou seu estudo durante uma reunião da Society for Neuroscience na capital americana, Washington.

O trabalho indica que a criação de uma droga legal que contenha certas propriedades similares às da maconha poderia ajudar a prevenir ou retardar a chegada de doenças como o Mal de Alzheimer.

Embora a causa exata desta doença seja desconhecida, acredita-se que uma inflamação crônica no cérebro contribua para a perda da memória.

A intenção dos cientistas é criar uma nova droga cujas propriedades seriam semelhantes às da tetrahidrocanabinol, ou THC, a principal substância psicoativa da planta da maconha - mas sem o efeito inebriante da droga.

Ao lado de nicotina, álcool e cafeína, a THC, quando consumida em moderação, tem demonstrado uma certa eficácia em proteger o cérebro contra inflamações, o que pode se traduzir em uma melhor memória na velhice.

"Não é que tudo o que é imoral seja bom para o cérebro", disse o responsável pela pesquisa, Gary Wenk, da Ohio State University. "Simplesmente, existem algumas substâncias que milhões de pessoas, durante milhares de anos, vêm usando em bilhões de doses, e você está notando que existe um pouco de sinal no meio de todo o ruído".

As pesquisas de Wenk e seus colaboradores já demonstraram que uma droga sintética semelhante ao THC pode melhorar a memória de ratos. Sua equipe está agora tentando entender como a substância funciona no cérebro.

Fonte: BBC Brasil

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Um minuto de conversa

As ruas são tão familiares. Os rostos tão comuns. Na rotina do caminho para o trabalho são raras as surpresas que cruzam as calçadas. Hoje, encontrei uma flor pantaneira perdida. As incertezas desta vida a movia como o vento move as folhas das árvores no outono.

Na Rua Osório Ribas, em frente ao nº 217, pedia dinheiro para voltar às terras pantaneiras. Carregava um filho no colo. Não era mais uma pedinte. Era sul mato-grossense, só podia ser pela pele, jeito, sotaque... Parecia tão decepcionada com uma informação desencontrada.

Dizia que veio procurar a casa dos avós e uma vida nova. Os avós se mudaram para Curitiba. E a tentativa de encontrar um emprego novo e começar uma nova etapa foi ao chão. E o telefone? Não tinha. Só o endereço. Veio com a única certeza, a esperança de encontrar os avós. De repente, uma lembrança do carinho dedicado a ela na infância e a certeza da mão acolhedora fez arriscar e vim sem pestanejar.

Mais um minuto de conversa com a mulher de pele parda, estatura mediana, calça jeans, blusinha preta, bolsa estilo carteiro, cabelos presos e um menino de 18 meses, aproximadamente, no colo. Ele na sua inocência dormia agarrado ao seu peito. Sua mão direita segurava-se na alça da sua blusinha.

Então, a Secretaria de Assistência Social vai te ajudar e senhora poderá voltar para casa. A resposta veio como tropeção. Já tinha procurado, mas a cidade é grande e disseram que não podem ajudar todo mundo que aparece. Como assim? Pelo que consta, o município tem excesso de arrecadação, vai subir mais 17% os impostos.

No entanto, para esta brasileira não restou nem informação. O que faço agora se existe dinheiro em excesso nos cofres públicos e no meu só chega no 5º dia útil do mês e acaba no 6º? Olha, a Igreja, aquela ali na praça, também tem um centro de assistência social. Vai lá conversa com eles, explica a situação e quem sabe podem te ajudar a voltar para casa.

A mulher se despediu, cruzou a Praça Rui Barbosa, subiu as escadarias e entrou na igreja. Sua imagem desapareceu, seu rosto não, sua angústia me deixou angustiada. Um grito de revolta explodiu e se calou em mim porque aqui a expressão nos meios impressos, radiofônicos e televisivos é um só, menos a realidade.

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O SENHOR é o meu pastor...


O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.
Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas.
Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.
Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.
Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do SENHOR por longos dias.
Salmos 23

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Estudos apontam mais que números sobre Aids

Em quase três décadas no Brasil (1980 – 2007), 500 mil pessoas contraíram a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), desde montante 200 mil morreram. Hoje, no Dia Mundial contra a Aids, estudos apontando números alarmantes da disseminação da doença aparece em todos os noticiários e ganha até os programas de entretenimentos.

Algo impressiona além dos números, a condição vivida pelos portadores soropositivos, principalmente as mulheres. A condição de pertencer a uma estatística reduzida de vida – é o que a maioria das pessoas pensa quando fala em Aids- faz, em geral, as expectativas, sonhos e planos se evaporarem. Exilam-se em si, se condenando a perdas maiores que as provenientes do vírus.

O número de casos de Aids entre mulheres tem aumentado como mostra os estudos. De acordo com o Ministério da saúde, a taxa de incidência para cada 100 mil mulheres saltou de 9,3, em 1996, para 14,2, em 2005. Entretanto, não significa que as mulheres estejam mais promiscuas. Segundo levantamentos feitos por Organizações Não Governamentais (Ongs), como a Hora Extra mostra que as mulheres ainda não tomam a postura de cobrar o uso do preservativo na hora do sexo.

Com esta ação, percebe-se que as mulheres continuam submissas, aprisionadas ao sistema machista operante, principalmente as casadas. Confiam ou se deixam confiar em seus maridos, colocando em risco sua saúde, sua vida. Na maioria dos casos, o marido mesmo sabendo da doença não fala para a esposa, tirando dela a chance de tratar-se. Por Amor? ! Por egoísmo?! Talvez .

Ainda quando descobre em fase já adianta tem que enfrentar o preconceito aniquilante dos amigos, colegas de trabalhos, vizinhos, familiares... E claro enfrentar a dor da traição sozinha. Só Jesus Cristo para consolar os corações destas mulheres. Mas a alma de mulher não se deixa vencer por Aids, bofetadas, pressões psicológicas, abandono... Sempre se refazem com fé e amor pela vida. Podem até se auto-exilarem, entretanto, sabem que são abençoadas e lutam até o fim por dia melhores.
*mulheres não deixem de garantir a sua segurança por amor, convença seu amado que é melhor para os dois.

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Crianças soropositivas sofrem com o preconceito no Camboja


A Aids -- que tem seu Dia Mundial de Combate nesta segunda-feira -- mostra sua face mais cruel quando atinge a população infantil. Estimativas do governo do Camboja indicam que 20 mil crianças em todo o país são portadoras do HIV.

As histórias trazem um enredo tragicamente repetido: a maioria das crianças soropositivas são filhos de portadores HIV, que devido à falta de tratamento para a mãe acabaram contaminados durante o parto. Como o diagnóstico e tratamento da Aids não existia no país até 2002, e ainda hoje é bastante tardio, elas acabam se tornando órfãs. "Sem os pais, as crianças têm de ser cuidadas por outras pessoas, geralmente idosos, de nível cultural e sócio-economico baixo, que não entendem a rotina rígida do tratamento. Muitas vezes, a solução encontrada é levar essas crianças para orfanatos", explica o pediatra mineiro Sérgio Cabral, responsável pelo programa pediátrico de HIV/Aids da ONG internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) no Camboja.

Mas ao contrario da tradicional imagem negativa que muitos orfanatos têm, as instituições cambojanas, quase sempre administradas por estrangeiros, reproduzem um ambiente familiar, onde as crianças podem estudar e conviver com outras da mesma situação. A adoção muitas vezes não faz parte da filosofia dos estabelecimentos. "Como o Camboja sofreu muito com o tráfico humano, e é muito dificil haver interesse de adoção de criancas soropositivas, a idéia de muitos desses lugares é dar condições delas se desenvolverem para poder mais tarde ter uma profissão digna e se sustentarem", explica a enfermeira brasileira Kelly Cavalete, que desde agosto de 2008 trabalha com a MSF no Camboja.

Em geral, a indicação de transferência para os orfanatos é feita pela organização ou outras ONGs locais, que acompanham o tratamento das crianças. "Muitas famílias moram em casas de madeira, sem estrutura nenhuma para armazenar os remédios, que ficam guardados nas paredes de palha. Como moram em locais desfavorecidos, sem eletricidade, há muitos casos de crianças que tomam remédios errados à noite, porque as cores das pílulas são parecidas. Já vi também crianças saudáveis tomarem anti-retrovirais porque queriam tomar a mesma coisa que seus irmãos soropositivos", conta o pediatra cambojano Soeung Seitaboth, responsável pelo programa do Hospital Pediátrico Angkor, onde cerca de 500 crianças soropositivas recebem tratamento gratuito, graças à ajuda da ONG Friends Without A Border.

Nem sempre a escolha da transferência é feita pelas ONGs. Não raro, as próprias crianças pedem para sair de casa, devido a preconceitos de parentes, vizinhos e até mesmo funcionários das escolas. "Houve uma menina que se tratava com a MSF e que, apesar de ter perdido os pais, vivia ainda em um ambiente familiar. Mas ela veio nos pedir para ir morar num orfanato, porque estava sendo muito discriminada na escola, e não se sentia bem com isso", lembra Kelly.

Mudar esse triste cenário não é uma tarefa fácil, mas não chega a ser impossível. "A grande maioria das crianças que nasce soropositiva é contaminada durante o parto, devido à exposição ao sangue e à mucosa. A prevenção da transmissão de mãe para filho envolve diagnóstico precoce e oferta de anti-retrovirais para a gestante e para a criança após o parto. Se isso for feito de forma correta, a probabilidade de contágio cai de 25% para menos de 1%", afirma o pediatra brasileiro.


G1 (texto de Juliana Braga, jornalista da ONG Médicos Sem Fronteiras)

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Marasmo!

Os ponteiros do relógio caminham debilmente.
As horas não chegam.
Os dias parecem infinitos,
Em alguns momentos parecem ter bem mais que 24 horas
Não têm sites, filmes, conversas afiadas que dê jeito
As horas não passam. Não passam...
Também para que ter pressa....
Se nascemos com o destino selado pela morte.

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Falta palvrs!!!


Sei que postar canções, poesias e fotografias de outras pessoas não é a melhor maneira de se expressar, porém, tem dias que não consigo traduzir em palavras o que sinto. Enquanto isso, empresto dos que conseguem.


....Falta tanta coisa na memória como o rosto dela. Falta tanto tempo no relógio quanto uma semana. Sobra tanta falta de paciência que me desespero. Sobram tantas meias verdades que guardo pra mim mesmo. Sobram tantos medos que nem me protejo mais. Sobra tanto espaço dentro do abraço. Falta tanta coisa pra dizer que nunca consigo. Sei lá se o que deu foi dado? Deixa pra lá o que não interessa. A gente não tem pressa de viver assim feito platéia da nossa própria peça. Histórias, prosas, rimas sem começo e fim. Pra temperar os sonhos e curar as febres. Inserir nas preces do nosso sorriso. Brincando entre os campos das nossas idéias. Somos vaga-lumes à voar perdidos. (teatro mágico)

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Soneto Do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.


Vinicius de Moraes

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Cuide Bem Do Seu Amor

A vida sem freio me leva, me arrasta, me cega
No momento em que eu queria ver
O segundo que antecede o beijo
A palavra que destrói o amor
Quando tudo ainda estava inteiro
No instante em que desmoronou
Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo tudo estava em paz

Cuide bem do seu amor
Seja quem for,
Cuide bem do seu amor
Seja quem for...

E cada segundo, cada momento, cada instante
É quase eterno, passa devagar
Se o seu mundo for o mundo inteiro
Sua vida, seu amor, seu lar
Cuide tudo que for verdadeiro
Deixe tudo que não for passar
Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo tudo estava em paz

Cuide bem do seu amor
Seja quem for,
Cuide bem do seu amor
Seja quem for...


Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo tudo estava em paz

Cuide bem do seu amor
Seja quem for,
Cuide bem do seu amor
Seja quem for...

Paralamas do Sucesso

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Terra dos Aflitos II

Na terra dos aflitos a maioria dos homens, mulheres e crianças carregam na face traços de tristeza, desilusão, abandono... São tantos sofrimentos. Lembra a via cruzes. Um vale de dores. Filhos sem comida, sem escola, sem pai, sem amor, sem paciência, sem compreensão, sem brincadeiras. A infância se cala diante do descanso.

Crianças, pobres, negros. Quem são esses? Continuam sem vozes. Mães exauridas pela jornada árdua do trabalho não têm tempo e disposição para carinhos e brincadeiras. A adolescência chega carregada de incertezas e solidão.

O tráfico chega e rouba as migalhas que restavam dos sonhos de uma família feliz ou muralha da arrogância, do poder e da avareza não deixam as fagulhas de esperança se acender e queimar as privações que os filhos do Mestre da Vida passam, aqui nessa terra farta e milagrosa. Fazem desta terra senzala e campos de concentração, quando deveria brotar dos vales e montanhas frutos, flores e cereais.

Os mananciais já devem estar evaporando sangue no ar. Já foram tantos corpos que se entregaram a terra sem ter apreciado o alvorecer de uma vida digna. A herança da dor, do desprezo, da fome parece perseguir as famílias dos Silvas espelhadas pelo mundo. O caminho de bonança, verdade e vida parece que se encontra somente em outra vida, a ao lado do Criador deste mundo, que deveria ser de amor.

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Toda rotina tem a sua beleza

A idéia é a rotina do papel
O céu é a rotina do edifício
O início é a rotina do final
A escolha é a rotina do gosto
A rotina do espelho, é o oposto.
A rotina do jornal é o fato
A celebridade é a rotina do boato
A rotina da mão é o toque
A rotina da garganta, é o rock.
O coração é a rotina da batida
A rotina do equilíbrio é a medida
O vento é a rotina do assobio
A rotina da pele, é o arrepio.
A rotina do perfume é a lembrança
O pé é a rotina da dança
Julieta é a rotina do queijo
A rotina da boca, é o desejo.
A rotina do caminho é a direção
A rotina do destino é a certeza
Toda rotina, tem a sua beleza
Descubra a sua.


(propaganda da Natura)

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No Meio do Caminho

No meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

tinha uma pedra

no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento

na vida de minhas retinas tão fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminho

tinha uma pedra

Tinha uma pedra no meio do caminho

no meio do caminho tinha uma pedra.


Carlos Drummond de Andrade

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Não entendo

Queria encontrar palavras que expressassem o que sinto nesse momento

É tanta confusão

No momento que mais preciso de silêncio me vejo no meio de uma orquestra

No momento que preciso de compreensão de todos, a maioria nem ouve o que falo

É tão estranho viver com tantas pessoas e no momento que precisa está quase, quase sozinho

É guiado por um mestre espiritual e conversas de raros amigos

O que posso fazer além de cuidar de mim e dos meus afazeres?



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Acredito muito nisso!


"Hoje nos encontramos numa fase nova na humanidade. Todos estamos regressando à Casa Comum, à Terra: os povos, as sociedades, as culturas e as religiões. Todos trocamos experiências e valores. Todos nos enriquecemos e nos completamos mutuamente. (...)


(...) Vamos rir, chorar e aprender. Aprender especialmente como casar Céu e Terra, vale dizer, como combinar o cotidiano com o surpreendente, a imanência opaca dos dias com a transcendência radiosa do espírito, a vida na plena liberdade com a morte simbolizada como um unir-se com os ancestrais, a felicidade discreta nesse mundo com a grande promessa na eternidade. E, ao final, teremos descoberto mil razões para viver mais e melhor, todos juntos, como uma grande família, na mesma Aldeia Comum, generosa e bela, o planeta Terra."
Casamento entre o céu e a terra. Salamandra, Rio de Janeiro, 2001.pg09


Texto retirado do site do filósofo leonardo Boff, quem admiro e respeito muito. Espero que aproveitem e gostem.

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Ressuscite o palhaço


O palhaço viu seu riso se perder pela face na véspera do dia das crianças. As brincadeiras se esconderam na sua angústia. O palhaço caminha pela rua, mas já não carrega mais a magia de fazer rir.


É possível ver em seus olhos a tristeza cortante das ruas. Seu coração adoeceu de tantos ver meninas se prostituindo, meninos se drogando, mães desequilibradas, pais bêbados.


A alegria de palhaço secou diante do altar, aos pés da Virgem Maria, por não conseguir entender como as crianças são abusadas, desrespeitada e como os adultos as usam. Ainda dizem que querem voltar a ser criança, talvez fosse bom voltar e lembrar as brincadeiras interrompidas, a impaciência dos adultos ...


Talvez seja a oportunidade de rever as ações e fazer o dia das crianças feliz. Temos o sábado para buscar entender o mundo infantil. E talvez, domingo, seja o dia de ressuscitar o palhaço em nós e não deixá-lo nunca mais morrer e fazer as crianças felizes todos os dias.
(foto site niilismo)

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Lembraças de Che


No dia 9 de outubro de 1967, tropas da Bolívia mataram o líder revolucionário Ernesto Che Guevara. Companheiro de Fidel Castro, sonhava em estender a revolução cubana para todo o continente latino-americano.

Ernesto Guevara de la Serna nasceu em 14 de junho de 1928, em Rosário, na Argentina. Proveniente de família de classe média alta, formou-se em Medicina na Universidade de Buenos Aires, em 1953. Foi o primogênito dos cinco filhos de Ernesto Lynch e Celia de la Serna y Llosa.



Como Ernesto sofresse de asma, sua família mudou-se várias vezes, em busca de um clima melhor. Guevara cresceu em Alta García, na região serrana de Córdoba. Sua doença o prendeu várias vezes à cama, onde tomou gosto pela literatura clássica universal.


Convencido de que a revolução era a única forma de acabar com as desigualdades sociais existentes na América Latina, foi para o México em 1954, onde juntou-se a um grupo de exilados cubanos liderado por Fidel Castro.


Sua adolescência foi marcada pela Guerra Civil Espanhola e, depois, pela Segunda Guerra Mundial. Também se dedicou intensamente ao esporte. Em Córdoba, aprendeu a jogar rúgbi, tênis, golfe e se dedicou à natação.
Em 1946, a família voltou a estabelecer-se em Buenos Aires. Embora pretendesse estudar Engenharia, decidiu-se pela Medicina depois de assistir à morte da avó, a quem era muito ligado.
Intelectual e andarilho


O jovem atrevido e desleixado consigo mesmo percorreu diversas vezes como mochileiro vários países latino-americanos. Após concluir o curso universitário, com 25 anos, partiu para a Venezuela e depois a Bolívia.


Fez contato com exilados no Peru e ligou-se ao regime pró-comunista da Guatemala. No final de 1953, com 26 anos, é admirador da URSS e deseja unir-se a um partido comunista de qualquer país que seja. Na Guatemala, nação que passava por grande reforma, conduzida pelo presidente Jacobo Arbenz, conheceu Hilda Gadea, militante política peruana, que mais tarde se tornaria sua esposa.


Como não conseguisse exercer a medicina, viveu da venda de enciclopédias de porta em porta. Quando o governo comunista da Guatemala foi derrocado (1954), seguiu para o México. Por causa de sua atuação sindical, Che fora informado de que corria perigo e asilou-se na embaixada argentina. Hilda chegou a ser detida, para ser libertada em seguida. Ambos conseguiram deixar legalmente o país e foram para o México, onde se casaram em 1955. Lá também nasceu a filha, Hilda Beatriz.


No México, recebeu o apelido Che, por usar a expressão sempre que falava com alguém. Foi apresentado a Raúl Castro, líder estudantil cubano recém-saído da prisão em Cuba e, a 8 de julho de 1955, conheceu Fidel Castro, que havia passado um ano e dez meses preso na ilha de Pinos, Cuba. Fora anistiado por Fulgêncio Batista, a quem derrubaria mais tarde, com o apoio de Che.




Ascensão e morte de um futuro ídolo
Na madrugada do dia 25 de novembro de 1956, zarpou do porto mexicano de Tuxplan o iate Granma, com capacidade para 20 passageiros, levando 82 guerrilheiros, entre eles Che. Sua tarefa era atender os eventuais feridos no desembarque em Cuba.

No combate que se seguiu ao desembarque, sobraram apenas 12 sobreviventes, entre os quais Che e os irmãos Castro. Com o apoio dos camponeses, passaram a agir a partir de Sierra Maestra. Em 1959, entraram em Havana à frente das tropas guerrilheiras vitoriosas.


No governo com Fidel Castro, Guevara exerceu diversas funções, incluindo a de ministro da Indústria (1961-1965). Seu objetivo primordial, no entanto, era estender a revolução a outros países. Por isso, deixou suas funções em Havana para juntar-se a um grupo de guerrilheiros bolivianos, cuja meta era derrubar o regime ditatorial que vigorava na Bolívia.


Entretanto, Che Guevara foi capturado e morto pelo exército boliviano, em La Higuera, perto de Vallegrande (Santa Cruz), em 9 de outubro de 1967. Suas mãos foram amputadas e levadas para os EUA, a fim de confirmar a identidade do "principal inimigo do imperialismo norte-americano nas Américas". Seus restos mortais foram encontrados em uma vala, somente em 29 de junho de 1997, com os demais seis guerrilheiros.



Fonte: DW-World.de (Deutsche Welle)

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Amarras

Os vícios, os sonhos, os desejos e as limitações não deixam me desamarrar de mim. De volta do trabalho faço caminho diferente para desviar do bar. Hoje quero ser bom pai, bom esposo. Preciso redime por ontem. Na Rua Firmam Neto senti meus passos ficarem devagar, não conseguia mais caminhar e, então, caí. O chão gelado das 21 horas foi o que me aparou. Não sentia mais nada.

Mais é possível imaginar as pessoas passando apressadas do meu lado. Outras assustadas com minha presença ao lado do ponto de ônibus. Eu, um homem de 38 anos, pai de dois filhos, casado, acabou a noite derrubado pelo álcool. É humilhante depois da ressaca olhar para no espelho e encontra a resposta de como um vício de juventude pode me vencer? Vergonha é encontrar as pessoas que te levaram para casa bêbado.


Enquanto estava caído no chão, pessoas me rodeavam e perguntavam o que aconteceu com ele? De repente um amigo surgiu e dizia meu nome, Carlinhos, o que aconteceu com você? Acorda! Vamos, levanta! Ele funcionário do bar, aonde bebi, e um morador do bairro que esperava o ônibus tentaram me colocar sentado na mureta. O meu corpo pendia de um lado para o outro como os meus passos uma hora antes. Alguns dos que esperavam o ônibus mencionaram chamar a o serviço de emergência ou a polícia. O funcionário do bar disse que eles não atendem bêbados.


O frio congelava, o ônibus chegou e os curiosos se foram pensando como pode um homem forte chegar a esse ponto? Continuei ali caído, mal conseguia abrir os olhos, não conseguia falar. O amigo do bar abriu minha mochila e procurou uma blusa. Não encontrou. Enrolou a alça da mochila na minha mão e foi embora. Não podia ficar ali enquanto a família e os filhos o esperavam, assim, como a minha. Cheguei horas depois, melhor me levaram. Não sei quem. Mas sei que isso aconteceu pelo semblante de decepção da minha esposa e dos filhos às sete da manhã, quando acordei.

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Uma nota, um passo...



Pés hábeis valseam no salão

São tantos casais de Marias e joãos

É passo para lá, passo para cá

Assim vão rodando no salão


Nessa roda viva,

Olhares se cruzam,

Perfumes reativam lembranças,

Ciúmes surgem

São tantos pensamentos que perpassam

Entre as notas musicais e o casal


A noite desabrocha

O vinho acalenta

O vinho atiça desejos

Amores surgem

Casamentos se realizam

Filhos nascem

Crescem

E a vida se refaz em cada nota

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Terra dos aflitos I

Na terra dos alfitos,
Os homens caminham sem rumo
O coração sangra
A verdade se esconde

O capital prevalece

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Dom Quixote


Engenheiros Do Hawai

Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
peixe fora d'água, borboletas no aquário
Muito prazer, meu nome é otário
na ponta dos cascos e fora do páreo
puro sangue, puxando carroça

Um prazer cada vez mais raro
aerodinâmica num tanque de guerra,
vaidades que a terra um dia há de comer.
Ás de espadas fora do baralho
grandes negócios, pequeno empresário.

Muito prazer me chamam de otário
por amor às causas perdidas.

Tudo bem...até pode ser
que os dragões sejam moinhos de vento

Tudo bem...seja o que for
seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas

Tudo bem...até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
muito prazer...ao seu dispor

Se for por amor às causas perdidas
por amor às causas perdidas

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Metamorfose II

A vontade de ser um shake árabe fez da Metamorfose, maior festa a fantasia do mundo, um encontro dos ricos donos de poços de petróleo. Por uma noite, a fantasia reinou. Eles desfilavam com a exuberância e a confiança dos shakes. Queriam conquistar as mulheres e construir o seu harém.

No cotidiano, os árabes são hostilizados e de repente a melhor fantasia é justamente de um shake. Algumas coisas são bem estranhas. Vivemos apenas, não compreendemos. O homem árabe que vemos nas reportagens na tevê não é nem de longe romântico, galanteador, bonitão... O único atrativo parece ser os poços de petróleo e os dólares. Também são passados como terroristas e insurgentes.

Pelo visto, a postura do homem árabe chama mais atenção dos homens a das mulheres. As mulheres podem não tagarelar, mas quando um shake árabe aparece na telinha impressiona, principalmente, o shake de Dubai. Ele já, um senhor de 57, não traz no rosto a beleza, mas transmite segurança e inteligência. Segurança não corresponde a dinheiro.

As mulheres gostam de homens ousados, com postura firme e decididos. A postura de um shake. As que foram na Metamorfose tiveram o prazer ou desprazer de conhecer um, mesmo que não fosse original.

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Metamorfose I


Metamorfose – mudança na forma ou estrutura do corpo – foi exatamente isso que aproximadamente 20 mil pessoas fizeram sábado (13/09), no parque Ney Braga, em Londrina. O slogan da festa era justamente: você pode ser o que quiser. Logo na entrada, a movimentação era intensa, e aguçava o apetite para entrar no grande caldeirão da fantasia.

E muitos festeiros não economizaram na criatividade, e mudaram a sua forma. Ficou evidente a vontade de ser um herói, um personagem do mundo encantado dos desenhos animados, um skake árabe ou um super policial do FBI ou da Swat. Soldados, marinheiros, bombeiros, médicos, operários, também estavam espalhados por todos os cantos. Até estelionatários e estelionatárias, famosos pelos 171, estavam a solta. A lábia persuasiva não perdoava ninguém, se alguém parasse para ouvir, logo, logo caía no golpe e nos braços dos malandrinhos.

As roupas pareciam dar poderes. A sensação, mesmo que por uma noite, de ser quem quisesse fez com que o Id superasse o Ego, em muitos momentos. Algumas fantasias por mais despretensiosas que fossem arrancavam suspiros e despertavam a imaginação.

A metamorfose parecia está desprovida de más intenções, não houve cenas intensas de violência, apenas casos isolados. E olha que policiais de verdade nem marcaram a presença, a segurança foi feita pelos soldados de mentirinha e por todos que estavam a fim de diversão, e cansados da violência gratuita e inútil do cotidiano. Além dos seguranças oficiais da festa.

O uso de maconha e outras “coisinhas” a mais não assustaram ninguém, também ninguém interrompeu quem estava fumando um cachimbinho da paz. Cada macaco no seu galo e a festa chegou ao raiar do dia com a serenidade dos deuses e ao som da Banda Pedra Letícia. O show foi vibrante. Quem estava com sono despertou e cantarolou até Raul.

Depois de Pedra Letícia, os seguranças praticamente mandaram os “festeiros de plantão” embora, só ficou a boate a disposição. No caminho de volta piratas e odaliscas já se definhavam com o sol e o friozinho de Londrina.
Foto: Site www.festaemlondrina.com.br

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Continua faltando diálogo


Hoje faz sete anos que terrorristas da Al-Qaeda provocaram a morte de aproxiamdamente três mil pessoas. Eles usaram quatro aviões, dois atingiram as torres gêmeas do World Trade Center em Nova York, um o Pentágono e o outro caiu numa área rural na Pensilvânia.


O mundo nunca esqueceu a manhã de 11 de setembro de 2001. Assim como é impossível esquecer 6 de agosto de 1945, e a famosa bomba atômica. Ela consumiu imediatamente mais de 68 mil vidas em Hiroshima e matou mais 38 mil em Nagasaki. Nos anos seguintes levou mais de 70 mil à morte por causa da radioatividade.


Quantos morreram nos campos de concentração de Adolf Hitler? Quantos morrem diariamente em conflitos no oriente médio? Quantos morrem por ideais políticos e religiosos? Quantos morrem por causa da violência gratuita? Parece que matar se tornou normal. Não é normal. Não pode ser normal. Acredito que a tolerância e o diálogo devem prevalecer em qualquer circunstância. Para mim, nenhuma idéia vale uma vida, como canta a banda Titãs.

Um pouco de poesia para refletir sobre o caos.


Rosa de Hiroshima


Pensem nas crianças
Mudas telepáticas

Pensem nas meninas

Cegas inexatas

Pensem nas mulheres

Rotas alteradas

Pensem nas feridas

Como rosas cálidas

Mas, oh, não se esqueçam

Da rosa da rosaDa rosa de Hiroshima

A rosa hereditária

A rosa radioativa

Estúpida e inválida

A rosa com cirrose

A anti-rosa atômica

Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada

(Vinícius de Moraes / Gerson Conrad)

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Domingo na tevê

Dizem que a chuva meteórica de informações que recebemos diariamente faz com que ficamos anestesiados diante da realidade. Isso faz com que não adotando uma postura crítica e não nos sensibilizamos com o sofrimento alheio. Isso até pode ser verdade. Fazia alguns dias que não assistia jornal na tevê, quando liguei e resolvi assistir alguns, antes de começar o jogo entre Brasil e Chile, foi de arrepiar.

Vi Gil Grego Rugai, principal suspeito de assassinar o pai e a madrasta, em Santa Maria (RS) desfrutando da liberdade condicional, quando deveria estar em São Paulo. O pior veio ao ver o pai e a madrasta acusados de matar os filhos dele. Dois meninos, um de 12 e outro de 13, foram mortos asfixiados, queimados e esquartejados. Foi de cortar o coração.

Depois disso, assistir o jogo do Brasil, não tinha mais graça, nem os gols de Luis Fabiano e Robinho me fizeram vibrar. Foi a voz do repórter descrevendo o crime que me fez companhia na hora de dormir, junto com a pergunta: o que está acontecendo nesse mundo de pais e filhos?

A relação entre pais e filhos é árdua. Mas será que a solução está na morte de um deles? Sempre acreditei no diálogo, entretanto, parece uma simples palavra, que não se faz representar em uma ação. Talvez possa ser a ineficiência de vigiar da justiça com a impaciência de ouvir o outro.

As crianças não tiveram a atenção das conselheiras. Não era birra de criança, mas uma ameaça real que se concretizou. Faltou vigilância no caso Gil Rugai. Não conseguimos contabilizar quantos assassinos, maníacos, estelionatários conquistam o direito de esperar o julgamento em liberdade e desaparecem. Tão pouco conseguimos quantificar o número de crianças e adolescentes que são submetidos à violência por causa da fragilidade psicológica, física e financeira.

Interessante que nessa jornada todos em algum momento volta a ser frágeis. Alguns na velhice são cuidados, muito bem cuidados pelos filhos, outros são recebidos em asilos, outros ainda a morte os acolhe antes da velhice . Ela chega com um tiro, uma facada....

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A Carta do Cacique Seattle, em 1855

Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou esta carta ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios. Faz mais de um século e meio. Mas o desabafo do cacique tem uma incrível atualidade.

A carta:

"O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. O grande chefe assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra. O grande chefe de Washington pode acreditar no que o chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na mudança das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas, elas não empalidecem.Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo.

Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de exaurí-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende.Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o zunir das asas dos insetos. Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das cidades é terrível para os meus ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho d'água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar, animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo, ele é insensível ao mau cheiro.

Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso que um bisão, que nós, peles vermelhas matamos apenas para sustentar a nossa própria vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra.

Os nossos filhos viram os pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio e envenenam seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias. Eles não são muitos. Mais algumas horas ou até mesmo alguns invernos e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nestas terras ou que tem vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar, sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.De uma coisa sabemos, que o homem branco talvez venha a um dia descobrir: o nosso Deus é o mesmo Deus. Julga, talvez, que pode ser dono Dele da mesma maneira como deseja possuir a nossa terra. Mas não pode. Ele é Deus de todos. E quer bem da mesma maneira ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. Causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo Criador. O homem branco também vai desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças. Continua sujando a sua própria cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios dejetos. Depois de abatido o último bisão e domados todos os cavalos selvagens, quando as matas misteriosas federem à gente, quando as colinas escarpadas se encherem de fios que falam, onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça; o fim da vida e o começo pela luta pela sobrevivência.

Talvez compreendêssemos com que sonha o homem branco se soubéssemos quais as esperanças transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais visões do futuro oferecem para que possam ser formados os desejos do dia de amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem ocultos temos que escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos na venda é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os nossos últimos dias como desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueça como era a terra quando dela tomou posse. E com toda a sua força, o seu poder, e todo o seu coração, conserva-a para os seus filhos, e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum."

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O Ninho e a farsa

Já faz alguns dias que ouvi um passarinho cantando Ode à China, no Ninho do Pássaro. Fiquei arrepiada! A docilidade daquela voz, só podia sair daquele rostinho encantador, parecia uma bonequinha chinesa cantante. Era uma boneca, mas não cantava. Lin Miaoke encantou o mundo com a sua atuação e beleza.



Uma beleza! Uma beleza? Pena, que a voz era de Yang Peiyi, outra menina encantadora, mas para os organizadores não era bonita o suficiente. Por isso, diretor de música Chen Qijang decidiu usar a voz de Yang e a “beleza” de Lin. Mais uma farsa chinesa. Mas, o que será que Sr. Qijing entende por belo? Quais são os critérios de beleza para o governo chinês?


Não consigo encontrar a resposta porque o belo para mim não está restrito ao um rostinho bonito e um sorriso contagiante. A minha concepção estética vai mais além. Apesar disso, acredito que o governo chinês entende bem de maquiagem. São tantas máscaras que recobre a face da China. Será que não aprenderam que uma pele limpa respira melhor ou que não precisam expulsar seus trabalhadores das construções, só porque geram pó.


Os pobres trabalhadores não têm dinheiro para voltar para casa e também não tem direito de ficar nas calçadas da cidade olímpica. Acho que eles estão cheios de saudades dos familiares. Mas, o que fazer se desde cedo as crianças são ensinadas a usar a maquiagem oficial da China e as camponesas a varrer as estradas empoeiradas. A poeira acaba sendo o blush das camponesas.

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Cabana azul


A cidade amanheceu gelada. A névoa fina toma as ruas. Lá ao longe uma cabaninha azul com detalhes dourado. A sua porta, o morador cabisbaixo fuma um cigarro, parece estar com frio. Ao seu lado direito uma pequena sacola de supermercado branca com algumas peças de roupas. Tudo faz crer que ele dormiu ali, na calçada da Rua Ouro Branco.

A cabaninha feita com o próprio cobertor, está úmida. Na sacola parece que carrega mais que roupas: carrega a vontade de ser olhado com respeito. Pessoas cortam a rua rumo ao trabalho e ao depararem com o novo morador se assustam e mudam para a calçada do outro lado da rua.
Deve ser constrangedor levar um susto desses nas primeiras horas da manhã?
Ouvi alguém dizer baixinho: como pode um homem sadio desse viver de esmolas! Talvez o emissor dessa frase não pense que o alicerce das famílias esteja construído de migalhas de dignidade, respeito, amor, temperança, compreensão, carinho e responsabilidade com familiar. Dessas fagulhas germinam as meninas e meninos de rua, os bêbados, os adultérios e todas as outras coisas que consideramos “feias” e escondemos debaixo dos nossos cobertores.

Já é quase meio dia e ele continua lá quase que imóvel. Dá para saber que está vivo por causa da fumaça do cigarro. O homem de cabelos grisalhos, pela parda em posição de meditação em sua cabaninha úmida faz refletir sobre nossa contraditória benevolência herdada do Pai celestial. Filhos e filhas do Criador por que não gostamos de ver o que é “feio”, mas que de alguma forma contribuímos para a concretização do “feio” na sociedade?

O que não nos serve mais, chamamos de lixo e jogamos fora. Não importa onde vai parar. Acho que vejo certa similaridade com o tratamento dado aos delinqüentes, assassinos, pedófilos, viciados, esquizofrênicos, traficantes... Queremos colocar todos num lugar chamado nada e esquecer, partindo do pressuposto que o nada não existe.
Para o vocalista do Engenheiros do Havaí e compositor, Humberto Gessinger, o nada é uma palavra esperando tradução. Será que conseguimos traduzir em uma palavra as ações que ocultamos? De repente encontramos a resposta diante do espelho ou do nada.

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Firmamento!

Nosso planeta Terra é divino! O firmamento também! Olhem essas fotos espetaculares feitas pela NASA!
















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Uma frase


Ontem uma frase de Chico Xavier me marcou. Dizia que a voz é o retrato sonoro da pessoa. Realmente podemos identificar como estamos quando falamos, quando não falamos, quando falamos aos berros, quando cantamos. A voz é só mais um elemento que ajuda a nos revelar.

Fico pensando como seria se algum dia alguém gravasse a minha voz nos momentos mais histéricos. Acho que não me reconheceria. Justo eu fora de mim, desequilibrada. Isso não!
Nesse momento me passa um filme na minha cabeça revelando os momentos mais marcantes que a minha voz me delatou. Momentos felizes, muitos felizes, chorosos, que mal conseguia falar, tranqüilos, tensos e tantos outros.

De repente se olhássemos mais para nos mesmos, escutássemos mais o que falamos, sentíssemos mais o sabor das refeições, talvez saberíamos com certeza responder se as nossas ações correspondem aos nossos pensamentos.

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Vedem idéias e melancias na mesma intensidade


Chego em casa faltando poucos minutos para o meio dia. Tenho no máximo quarenta minutos para almoçar e voltar a trabalhar. Corro para esquentar o almoço, fazer uma salada de alface com tomate, quando sou interrompida bruscamente de minha rotina por um som estridente. É a propaganda eleitoral dos candidatos que perambulam pelas ruas. Entram sem pedir licença.

A voz do candidato entra em minha casa falando em dar continuidade às coisas boas do município ou em renovação. Outro carro de som aparece. Os dois parecem se encontrarem no mesmo tempo. Não consigo identificar o que propagam. É uma confusão geral. Termino de fazer o almoço, vou comer na sala assistindo x-mam evolution. Quero acreditar em mutantes e em dons sobrenaturais. Ergo o volume da tevê para conseguir ouvir os personagens.


Sobrenatural é a falta de sensibilidade dos candidatos que apostam nessa mídia. Começo a ouvir jingles de mau gosto novamente. Poxa! Na única hora de descanso gosto de ouvir músicas e informações de minha preferência, não ser forçada a ouvir promessas soltas que não vai além do imaginário do candidato.

Quero acreditar que até chegar a minha velhice, se chegar, os homens e mulheres desse Brasil tenham aprendido a fazer política. Se velho nesse país for depois dos 60, faltam 40 anos. Espero na minha velhice não ser arrancada do sossego da minha casa. Por que agora não consigo assistir tevê e nem fazer meu sobrinho de oito meses dormir. Ele dorme e vem um carro de som propagando idéias inválidas e o acorda. O chororô recomeça.

Outros carros ofertam sonhos de goiabada, compra de sucatas, consertos de panela de pressão, vendem melancia fresquinha vinda direto da roça, prefiro acreditar na última opção. Junto umas moedas, pego outras no cofrinho do meu outro sobrinho e está na mesa a melancia. Eta meu Deus, a vida é bela, justa, injusta, dramática e saborosa. Viva a vida!

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Corpo e alma



O cansaço parece me perseguir
O meu corpo está quase sem força
Pensando bem: não é o corpo e sim a mente
Dizem que o corpo carrega a alma para lá e para cá
Às vezes confesso duvidar desse pensamento
Acho que a alma conduz o corpo
Quando ela não está bem, o corpo se definha aos poucos
Fica quase imóvel diante de tudo e todos
É como olhar no espelho e não se reconhecer
Olhar nos olhos da sua alma e saber que você não é mais você
Nem sempre conseguimos encontrar nós como pensávamos que existia
O corpo e alma precisam encontrar a harmonia para se reencontrarem e começar a caminhar juntos novamente

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Fantasmas


Em minha alma habitam fantasmas
Eles roubam o meu sono
O levam para caverna da luz
Rasgam minha paz interior
Fazem-me chorar
Colocam-me diante dos meus maiores medos
Descobrem meus segredos
Desdenham dos meus sonhos
Para eles não existem mistérios
Minha vida se revela como uma gota de orvalho
Na caverna na luz me reencontro
Sou eu com as minhas angústias cotidianas
O dia nasce e os fantasmas dormem como anjos
É assim: atormentam e acalentam com a mesma intensidade

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Flores e flores



A vida pode ser comparada a uma flor em busca de terra fértil para florir.
Quando a flor encontra um pedacinho de terra: desabrocha. Presenteia-nos com a sua beleza, atém toda a atenção para si.
Uma flor nova no jardim sempre ganha mais atenção do jardineiro. Familiarizada, sua presença quase nem é mais notada.
Mas, o jardineiro não a esqueceu. Ele a rega todas as manhãs com gotas de luz.
O vento leva seu aroma aos cantinhos mais exímios de felicidade.
E assim o jardineiro vai semeando pelos jardins.
Suas sementes nem sempre germinam ou florescem. Algumas encontram terras áridas ou pantanosas demais, não resistindo.
Outras que conhecem a força da vida, não resistem aos invernos e verões rigorosos.
O jardineiro não desiste e a cada instante planta uma nova semente, na terra faminta de esperança.

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Jesus te ama!


- Bom dia!
- Jesus te ama!
Ouvi estas duas frases de um adolescente que me entregou um cartão com mensagens bíblicas de como conseguir a salvação. Fiquei tão surpresa porque estava aflita, buscando a mais sensata decisão, diante dos problemas casuais do cotidiano.

Aquele cartão, aquele sorriso, aquela voz com timbre de felicidade, me fez parar de pensar no que fazer amanhã, semana que vem, ano que vem e priorizar o momento presente. Ele conseguiu com estas duas frases quebrar uma corrente de pensamentos que me sufocavam e não deixava perceber pequenos presentes diários.

Pequenos presentes como sorrisos de crianças, abraços de sobrinhos, almoço quentinho, gentilezas... Pode parecer banal, mas o que é viver sem desfrutar dos prazeres e sabores que encontramos pelo caminho?

Talvez vivendo intensamente o presente e percebendo as gentilezas diárias como um céu rosa ao entardecer. O céu neste dia ao entardecer ficou mesclado de vários tons de rosa, só percebi isso poucas quadras antes de chegar em casa. Se chegasse sem olhar o horizonte não teria recebido este presente.

Talvez novamente com um pouquinho mais de sensibilidade alcançamos a salvação proposta por Cristo.

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Debruçada na janela eu reflito



Olho pela janela e lá está ele novamente. Cabisbaixo. Parece que não melhorou nada. De longe dá para ver que tem sangue em sua testa. Preciso ir lá. Está morrendo à míngua. Parece invisível. Ninguém o percebe. Faz dias que ele está ali, deitado no mesmo lugar. O que será que aconteceu com ele? Foi veneno? Foi um chute? Ah! Pode ter sido namorada.


O olhar vazio se perde entre as flores da praça. O colorido e aroma também são delas. Ele já perdeu o brilho da juventude e se encosta pelos bancos. Sonhar parece ser melhor que acordar e encontrar todas as manhãs cinza. Encontrar os mesmos passos apressados que caminham rumo ao trabalho e as escadarias da igreja. Os joelhos se prostram diante do altar e suplicam misericórdia e perdão se redime por viver. Mas insistem em viver sem perceber os preceitos do criador.


Criar? Parece não ter mais nada a ser feito, já que Ele é tão perfeito. Como pode alguém perfeito criar um mundo tão imperfeito. Seres infelizes, infelizes com o seu nariz, com seu jeito de andar e até com o jeito de sorrir. A atmosfera está carregada de queixumes.


Os gatos, baratas, cachorros e homens parecem não se distinguirem. Todos se preocupam em alimentar o corpo. Os humanos ousam em publicar suas sublimes criações e as chamam de arte. Mesmo assim, não contemplam o desejável mundo das idéias de Platão.


É um gato detestável. Não vive pelo outro. Seu dono o colocou na rua e o chama de egoísta, simplesmente, porque enquanto ele trabalhava o gatinho dormia em sua cama. Achava que o bichano não percebia suas aflições, mas o que o pobre gato pode fazer se foi domesticado assim. A única coisa que o aborrece é ter perdido sua amada em um acidente de trânsito. Matam seu amor e ainda ochamam de egoísta.


Vanuza Borges

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A sexta-feira da paixão de todos os dias


A multidão se reúne na Praça da Igreja. O tempo está turvo já é possível ver algumas gotas de chuva caindo levemente sobre os rostos. Os olhares esse vertem para o céu e lá do alto surge uma tímida estrela. Então, a multidão começa a caminhar e até que parece que a tímida estrela guia os fiéis. Mas, na verdade poucos a percebem, alguém na minha frente diz: olha surgiu uma estrela!

Passa pela primeira estação, segunda, terceira ... No meio da massa crianças vestidas de anjos, mulheres descalças... As vozes se confrontam com o rugido do tempo carregado pela força da natureza: vento e trovões. A multidão parece emudecida, quando se afasta dos carros de sons, que se pode ouvir nitidamente a voz que anuncia as estações.

A encenação da via cruzes continua pelas ruas das cidades. Seus peregrinos estão com os olhares abatidos como se o Cristo estivesse sendo crucificado naquele instante e como cada um gritasse na periferia da alma Barrabás, Barrabás, Barrabás.... Também é nítida as mãos calejadas que seguram as velas que iluminam a via sacra.

Não é difícil notar que o tempo não passa para algumas coisas, a mesma multidão que segue o Cristo morto é a mesma que o seguia o Jovem Nazareno há 2 mil anos atrás.São de pobres e leprosos do corpo e do espírito que se forma o cordão humano que acompanha Jesus até o calvário. Rara é a presença dos nobres entre a multidão de aflitos. O único ato solidário está em emprestar a chama da vela para acender outra que se apagou com o vento.

A via cruzes está prestes a acabar. Já está na 14ª estação, quando risos escandalosos desperta olhares, é um grupo de jovens emos, rock´s, punk’s, sei lá. Eles atravessam o cordão de fiéis arrancando olhares revoltosos. Entretanto, seguem com sua garrafa de álcool como outros jovens que cruzaram a procissão ao longo das 15 estações. Jesus deve está diluído no álcool e na alma de seus irmãos terrenos.

A multidão se reúne novamente em frente à Igreja a espera das palavras do bispo. Ela chega mansa falando do paraíso de duas árvores a da ciência do bem e da ciência do mal que é plantada dentro dos nossos corações. "O paraíso pode ser aqui. Deus nos deixou o livre arbítrio e quando escolhemos colher frutos da árvore da ciência do bem estamos escolhendo a vida, estamos escolhendo o que Deus nos ensinou.

É assim escolhendo os frutos da árvore da ciência do bem que Jesus vive em nós. Perdão, mas parece que vocês filhos de Deus preferem viver com Barrabás, o matador". O discurso de como viver em paz como a alma prossegue. E termina: "Não tenha medo meu rebanho, não tenha medo minhas ovelhas do amor de Deus", implora.

A celebração da via cruzes continua com um teatro ao ar livre no platô, atrás da Igreja. A platéia eclética parece emocionada. Ironia ou simples coincidência enquanto Cristo sofre o mesmo ritual de perseguição e crucificação em cima do platô, alguém lá em baixo do platô ajeita o papelão e sua coberta se esquivando do vento frio que invade a noite.

O teatro acaba, a multidão se disperça e o único canto que continua a urgir é: teu nome é Jesus Cristo e é analfabeto, passa frio, é um mendigo antes trabalhasse e não pedisse... Todos saem e corpo moreno, barba grisalha fica lá se encolhendo do frio e do preconceito. Enquanto isso, os fiéis comentavam a brilhante atuação do Jesus Cristo de olhos verdes e cabelos loiros. É assim que Cristo nasce e morre em todos os dias em todas as sextas-feiras santas e profanas.


Vanuza Borges

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