Na terra dos aflitos a maioria dos homens, mulheres e crianças carregam na face traços de tristeza, desilusão, abandono... São tantos sofrimentos. Lembra a via cruzes. Um vale de dores. Filhos sem comida, sem escola, sem pai, sem amor, sem paciência, sem compreensão, sem brincadeiras. A infância se cala diante do descanso.
Crianças, pobres, negros. Quem são esses? Continuam sem vozes. Mães exauridas pela jornada árdua do trabalho não têm tempo e disposição para carinhos e brincadeiras. A adolescência chega carregada de incertezas e solidão.
O tráfico chega e rouba as migalhas que restavam dos sonhos de uma família feliz ou muralha da arrogância, do poder e da avareza não deixam as fagulhas de esperança se acender e queimar as privações que os filhos do Mestre da Vida passam, aqui nessa terra farta e milagrosa. Fazem desta terra senzala e campos de concentração, quando deveria brotar dos vales e montanhas frutos, flores e cereais.
Os mananciais já devem estar evaporando sangue no ar. Já foram tantos corpos que se entregaram a terra sem ter apreciado o alvorecer de uma vida digna. A herança da dor, do desprezo, da fome parece perseguir as famílias dos Silvas espelhadas pelo mundo. O caminho de bonança, verdade e vida parece que se encontra somente em outra vida, a ao lado do Criador deste mundo, que deveria ser de amor.
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