O Ninho e a farsa

Já faz alguns dias que ouvi um passarinho cantando Ode à China, no Ninho do Pássaro. Fiquei arrepiada! A docilidade daquela voz, só podia sair daquele rostinho encantador, parecia uma bonequinha chinesa cantante. Era uma boneca, mas não cantava. Lin Miaoke encantou o mundo com a sua atuação e beleza.



Uma beleza! Uma beleza? Pena, que a voz era de Yang Peiyi, outra menina encantadora, mas para os organizadores não era bonita o suficiente. Por isso, diretor de música Chen Qijang decidiu usar a voz de Yang e a “beleza” de Lin. Mais uma farsa chinesa. Mas, o que será que Sr. Qijing entende por belo? Quais são os critérios de beleza para o governo chinês?


Não consigo encontrar a resposta porque o belo para mim não está restrito ao um rostinho bonito e um sorriso contagiante. A minha concepção estética vai mais além. Apesar disso, acredito que o governo chinês entende bem de maquiagem. São tantas máscaras que recobre a face da China. Será que não aprenderam que uma pele limpa respira melhor ou que não precisam expulsar seus trabalhadores das construções, só porque geram pó.


Os pobres trabalhadores não têm dinheiro para voltar para casa e também não tem direito de ficar nas calçadas da cidade olímpica. Acho que eles estão cheios de saudades dos familiares. Mas, o que fazer se desde cedo as crianças são ensinadas a usar a maquiagem oficial da China e as camponesas a varrer as estradas empoeiradas. A poeira acaba sendo o blush das camponesas.

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