Jornalismo também é isto!


Do G1, em São Paulo
Em uma história de cinema, uma mulher foi socorrida pelo noivo após passar 12 horas sozinha dentro do rio. Detalhe: ele nadou sete horas para encontrar ajuda.


O casal argentino havia partido do porto de La Plata, próximo de Buenos Aires, rumo a cidade uruguaia de Colônia em uma lancha. No meio do caminho, Laura Di Battista começou a passar mal e pediu para Luis Crespo, de 45 anos, voltar para casa. O problema, porém, foi quando um buraco se abriu no piso da embarcação, e a água passasse a tomar contar do barco. Momentos depois, os dois eram náufragos.


Segundo ela contou ao jornal “Clarin”, a situação foi tão rápida que ela perdeu o celular e os documentos em questão de minutos.


A cerca de 6 quilômetros da costa e passando mal, a arquiteta de 37 anos disse que não conseguiria nadar e contou com o colete salva-vidas. O piloto, então, pediu para que ela resistisse ao máximo possível que iria atrás de resgate. Munidos apenas com o colete salva-vidas, ele nadou em direção à terra firme. “Meu amor, vou buscar ajuda. Me espera”, disse ele. Naquele momento, eram 15h30.


“Vendo as ondas de um metro, pensei no pior e lembrei das minhas filhas”, disse Laura, de 37 anos, que tem uma menina de 14 e outra de 10 anos cada. “Quis nadar, mas não podia, não tinha forças. Já em desespero e sofrendo com hipotermia após 12 horas na água, ela ouviu o som e viu as luzes do helicóptero. Isto já era 1 e meia da manhã Sugou todas as suas forças para gritar por ajuda. Ao ser vista, Crespo participou do resgate.


“Foi lindo. Pedi que Luis chegasse são. Por sorte, ele tem um bom estado físico, não fuma”, afirmou Laura. “Voltamos a nascer, sem dúvidas.”


* É muito bom saber que as pessoas se amam. Quero alguém que também nadasse por mim sete horas.

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Pontos...

Ponto de exclamação, interrogação, reticências, ponto final, ponto de vista... São tantos pontos. Mas, não são destes pontos que quero falar. Quero falar das histórias feitas ponto a ponto. Aquelas que começaram no ponto de ônibus, no último ponto da estrada, dos pontos que somaram na entrevista de emprego, no concurso, no vestibular, dos pontos suados para se livrar de uma dependência na faculdade, dos ponteiros dos relógios, da flor pontilhada com a agulha de tricô, das suturas na pele costuradas ponto a ponto, das tatuagens feitas com a ponta da agulha...

Quantos pontos somamos ou subtraímos durante o ano inteiro? Na via Láctea está pendurado, pela gravidade, um ponto azul. Como será que anda nossos pontos com este ponto azul chamado Planeta Terra? Será que temos ganhado pontos quanto o assunto é a preservação da nossa Terra, da nossa Casa? Temos mantido-a livre de inseticidas, desmatamentos, poluição? E quando o assunto são os seres que habitam nela. Temos respeitado as ideologias, a religiosidade, preservado a vida, a ética?

Será que temos ultrapassado a média de pontos nos papéis de bala espalhados pelas ruas, de não parar nas faixas de pedestres, de não usar contraceptivos e preservativos, de dar esmolas? Quem precisa de esmolas? Esmola! Crianças sujas, doentes, famintos? Famintos de quê? De fome, de saber, famintos pela verdade.

Uma legião de pedintes estende a mão em busca de uma resposta, de sua verdade, em busca de algo que sacie sua fome de espírito. As migalhas recebidas não cessam a fome, apenas acalenta por algumas horas. E todos os dias mais de 180 milhões de uma nação de famintos de fome e sede saem em busca de pão e água da dignidade, em busca do emprego seguro, da saúde que cura, da escola que ensina para vida, da segurança em caminhar pelas ruas. Brasileiro de verdade nunca entrega os pontos.

O ponto final é sempre de partida, partida para ação, nunca de estagnação ou de abandono. O ponto, o meu ponto é sempre um eterno reagir diante dos fatos. Onde está o ponto de partida? No ponteiro do relógio que marca o tempo? Todo minuto é minuto para refletir e recomeçar. Nunca entregue os pontos! Vale à pena acreditar na vida. Acreditar na saúde, na educação empreendedora, no fortalecimento da economia, em moradias e na arte, válvula de escape da loucura dos dias famintos.

Saúde para viver, viver bem. Educação para entender o mundo, redescobrir as ciências, encontrar oportunidades, melhorar a qualidade de vida, respeitar os credos, as etnias. Economia forte para dar suporte aos projetos escritos por estes e para estes estudantes. Casa, as pessoas precisam de uma referência no cair da noite, se cair que caiam nos braços da família. Arte, talvez como dizia Picasso “é a mentira que nos permite dizer a verdade”, para se reencontrar consigo mesmo, para protestar, para relaxar, para compartilhar os momentos de alegria e indignação.

Mas, agora, é sério mostre seu ponto de vista. Não entregue os pontos. Acesse: http://www.brasilpontoaponto.org.br/. Ajude a fazer um Brasil melhor!!!

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Quero uma casa na árvore.


Quero morar em uma casa na árvore. Abrir a janela de manhã e encontrar pássaros, muitas árvores, borboletas... Sentir o ar fresco, que vem da mata. Ouvir Almir Sater cantando Tocando em frente, composição de Renato Teixeira.
Sei que isto é um sonho típico da infância. Mas, o desejo prevalece neste coração que não é mais de criança. Ontem, à noite, fiquei pensando numa casa na árvore, antes de dormir, imaginava a aurora e o ocaso, os dias de chuva, de sol, calor e frio, quase sentia a brisa e enxergava o céu pontilhado de estrelas, por alguns instantes pude até ouvir os sons dos bichos...

Abri os olhos de manhã e pensei: vou ter que trabalhar muito, talvez boa tarde de minha juventude, para comprar um pedaço de terra e construir uma casa assim. Não tem problema enquanto isso, vejo as imagens do Google e de um site especializado neste tipo de construção.

***
Ando devagar por que já tive pressa
E levo esse sorriso por que já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe,
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Nada sei.

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou.

Todo mundo ama um dia todo mundo chora,
Um dia a gente chega, no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz.


Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz.

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Uma Parte Que Não Tinha


Não tem sol, nem solução
Não tem tempero no meu dia
Não faz mal se a tradição nos traduz outra alegria
Não ter pressa dá a impressão de que a tarde virou tédio
Não tem bala, belo, bola ou balão
Não tem bula meu remédio.

e não tem cura...
acho que me perdi numa excursão
que fiz na tua certeza e na contradição

Não tem sol, nem soluçãonão tem tempero no meu dia
Não faz mal se a situação não traduz nossa alegria
Não ter festa dá a impressão de que o mundo ficou sério
Não tem bala, belo, bola ou balão
não tem bula meu remédio.

e não tem cura...
acho que me perdi numa excursão
que fiz pra lua
no meu universo o sol é solidão

Não tem mal, nem maldição
Não tem sereno no meu dia
Não tem sombra e assombração
Não tem disputa por folia
Tem bola de capotão, capitão, capture essa menina
tem saudade e saudação
tem uma parte que não tinha... parte que não tinha... parte que não tinha...


Teatro Mágico

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Posso ter defeitos...

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
Apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...


Fernando Pessoa

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A vida é pra valer!

"Marvin, a vida é pra valer
Eu fiz o meu melhor
E o seu destino eu sei de cor".

Como um refrão de uma música que é ouvida há tanto tempo pode causar um impacto que nunca antes havia causado. “A vida é pra valer”!!!! Esta frase me fez repensar minhas ações. Ouvi na noite de sábado, perto da meia-noite ou depois, não lembro bem que horas, a única certeza é que me incomodou a resto da noite, no domingo... Me fez perguntar o tempo todo: O que estou fazendo com minha vida? Como estou vivendo? E algo na minha mente gritava para mim: A vida é pra valer!

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Entrevista: Pelé "É bom ser exemplo"

O rei do futebol conta que se aposentou pelo INSS, fala de seu papel para o país, defende o técnico Dunga e diz que faltam base familiar e estrutura emocional aos novos ídolos do esporte

Pelé pendurou as chuteiras em 1977. Em outubro do ano passado, foi a vez de Edson Arantes do Nascimento, que passou a receber cerca de 3 000 reais por mês do INSS. Mas os dois – o jogador e o homem – só sairão de campo depois da Copa de 2014. Até lá, Pelé continuará faturando com publicidade e palestras e promoverá o torneio no Brasil. Nesta entrevista, o eterno rei do futebol defende o desempenho de Dunga como técnico da seleção, fala sobre o (mau) comportamento dos novos jogadores e se estende sobre a importância do seu legado para o Brasil. Aos 68 anos, com seis filhos e oito netos, ele mantém o mesmo peso que tinha quando parou de jogar. Separado pela segunda vez, Pelé afirma que desacelerou seu ritmo para ter mais tempo livre com os filhos – e, fica subentendido, com o "monte de amigas" que conquistou mundo afora.

O senhor está rico? Posso dizer que, se souberem administrar o patrimônio que acumulei, meus netinhos não precisarão trabalhar. Mas não fiquei rico com o futebol como os jogadores de hoje. Ganhei dinheiro com palestras e publicidade depois que parei de jogar. Fiz muitos comerciais, mas nunca de bebida alcoólica, política, religião ou tabaco. Na Copa dos Estados Unidos (1994), a empresa (Diageo) do (uísque Johnnie Walker) Black Label estava disposta a pagar o que fosse para colocar o rosto do Pelé no rótulo. Não aceitei. Desde o ano passado, estou reduzindo a minha agenda de trabalho. Antes, eu só ficava dois meses por ano no Brasil. Quero inverter isso, para me dedicar aos meus filhos, ao meu sítio e ao Litoral, meu time de garotos lá de Santos. Depois da Copa de 2014, vou me tornar um aposentado de fato, porque de direito eu já sou.

Como assim? Eu me aposentei como atleta profissional no ano passado. Desde outubro, recebo quase 3 000 reais do INSS. Já pago meia-entrada no cinema e posso até pegar ônibus de graça.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso cobra 50 000 dólares por palestra. Quanto custa uma sua? Depende. Algumas eu faço até de graça. Mas o Fernando Henrique diz que cobra isso? Tenho minhas dúvidas... Tomara que cobre mesmo. O presidente Fernando Henrique me deu oportunidade de ser ministro e fez um dos maiores elogios que recebi na vida: disse que o Pelé é o Brasil que deu certo.

Foi bom ser ministro? Por causa dessa experiência, nunca mais quero ter cargo público. Faltam verbas e a política impede a gente de fazer as coisas. Nas reuniões ministeriais, eu pedia a palavra para reclamar que só (o ex-ministro da Saúde) Adib Jatene arrumava dinheiro. Dizia: "Ele pega dinheiro para doença. O esporte, que é preventivo, não recebe nada". Todo mundo acha que o Pelé poderia ser um grande presidente, mas essa possibilidade está descartada.

O senhor ainda recebe propostas de partidos políticos? Quase todo mês, recebo um convite ou para entrar na política ou para ser técnico de futebol. Vem proposta da Arábia, dos Estados Unidos, da Europa, da África... Mas, assim como não quero ser político, nunca quis treinar jogadores profissionais, que têm defeitos difíceis de tirar. E, depois de ter alcançado o que alcancei como atleta, a posição de técnico me deixaria vulnerável. O jogador perde o pênalti e o técnico é o responsabilizado e desrespeitado. O time não rende e quem paga é o técnico. Veja o que aconteceu com o Felipão (Luiz Felipe Scolari) no (clube inglês) Chelsea. Agora mesmo, o presidente do Santos, Marcelo Teixeira, me ofereceu 1 milhão de reais por mês para eu organizar o time. Disse a ele que a minha reputação e a minha tranquilidade valem mais que isso: não têm preço. O Edson não faria isso com o Pelé. Além disso, nem sempre o grande jogador é bom técnico.

Isso vale para o Dunga, que deixou de ser jogador para ser técnico do Brasil? Não, o Dunga não está pecando em nada. É honesto e tem personalidade. Muita gente o critica dizendo que ele não poderia ser técnico da seleção porque não tem experiência como treinador. Se o Vanderlei Luxemburgo e o Falcão foram para a seleção e não ganharam nada, por que o Dunga já teria de chegar lá ganhando tudo?

Sua decisão de não fazer publicidade de bebida já foi interpretada como hipocrisia da sua parte? Não vou dizer que nunca me diverti com bebida, mas sempre fui moderado. Só ia a festas nas férias e comecei a beber uísque quando parei de jogar. Esporte e farra não se misturam. O atleta tem de se cuidar para render em campo. No meu tempo, quando os jogadores eram menos farristas, a carreira dos ídolos durava quinze anos. Muitas estrelas de hoje duram um, dois anos e somem. As novas gerações são prejudicadas pelas baladas, pelas drogas e pelo álcool.

O que o senhor diria a ídolos como Robinho, que fazem farras e se envolvem em escândalos? Daria a ele o conselho que ouvia do meu pai: "Deus te deu o talento de graça. Cuide dele". O que fez diferença no meu caso foram a educação e a base familiar. Por isso, o Pelé nunca esteve envolvido em escândalos. Os garotos das novas gerações não contam com estrutura emocional e já começam a jogar ganhando muito dinheiro. O modelo tem de ser o do atleta equilibrado, que tem responsabilidade e se preocupa com sua carreira. O Kaká deveria ser um modelo para eles.

Os salários dos jogadores de futebol são altos demais? Eles ganharam essa dimensão por causa das empresas interessadas em fazer publicidade. O Santos pagava o meu salário com a bilheteria dos jogos. Fui para o Cosmos (time de Nova York) em 1975 por 7 milhões de dólares, naquele período uma soma gigantesca para quem trabalharia por um ano e meio. Agora, há jogadores que ganham isso em menos de um mês. Em compensação, no meu tempo, havia amor à camisa. Hoje, não há ídolos jogando no Brasil. O torcedor nem tem tempo de decorar a escalação do seu time.
O Romário diz ter feito 1 000 gols, um dos seus grandes feitos no futebol. É bom ser exemplo para a realização de coisas boas. Pena que o Baixinho não tenha conseguido chegar aos meus 1 283 gols em campeonatos oficiais. Nos 1 000 do Romário, foram incluídos gols de quando ele era juvenil e até infantil... O que interessa, porém, é o que o futebol e o Pelé trouxeram de importante para o mundo.

Qual foi essa contribuição? Quando tinha 17 anos e estava na Copa da Suécia, eu estranhava o fato de só ter jogador negro na Seleção Brasileira. Só depois que o Brasil foi campeão com o Pelé as outras seleções passaram a escalar negros. Os jovens têm de saber o valor que o Brasil tem e que o Pelé tem. Nós, brasileiros, por educação ou cultura, não damos valor ao que é nosso. O argentino é completamente diferente. Tem orgulho de tudo o que é seu. Todo mundo sabe que o Pelé foi melhor que Maradona: cabeceava melhor, chutava com as duas pernas... Maradona só chutava com a esquerda. Foi um grande jogador que, infelizmente, se envolveu com drogas. Mesmo assim, os argentinos ainda falam que ele foi o melhor.

O senhor acha que os brasileiros não lhe dão o devido valor? O brasileiro me ama, me adora. Agora, culturalmente, tem cisma com quem faz sucesso. De vez em quando, tem algum jornalista que inventa algo contra o Pelé. Como sou o Edson, amigo do Pelé desde criança, não ligo. É importante lembrar que o único know-how que o Brasil vendeu para os Estados Unidos foi o futebol – e isso ocorreu com a ida do Pelé para o Cosmos. Depois disso, o futebol se tornou o esporte mais praticado pelos americanos com menos de 20 anos.

O senhor se sente querido nos Estados Unidos? Sim, tanto que a Embaixada dos Estados Unidos fez uma consulta para saber se eu poderia ir à posse do Obama. A vitória dele me deu uma grande alegria, mas não deu para ir. Tinha de gravar um comercial e sabia que ia ter gente demais lá. Mandei uma mensagem de parabéns. Até já recebi um e-mail dele dizendo que precisa do Brasil e que deseja trabalhar junto com a gente. Quando o Obama estiver mais calmo, sem essa pressão de bolsa, passo lá para tomar um café, como fiz com o Kennedy, com o Nixon e com o Clinton. Agora, outro dia me disseram que o Obama ficou mais conhecido que o Pelé. Aí, brinquei: "Por enquanto. Em quatro anos, ele pode até ficar mais famoso, mas eu continuarei a ser rei". Já ouvi até que o Pelé é mais famoso que Jesus Cristo.

De quem? De um jornalista japonês, durante uma entrevista coletiva. Como católico, reagi, mas ele se explicou. Disse que parte da população do mundo é católica, parte é muçulmana, mas a metade que fica na China, no Japão é budista. Nessa parte do mundo, segundo ele, o Pelé é mais conhecido que Cristo. Por essa divisão, ele tem razão. Mas não sou eu que digo isso, viu? Depois que os Beatles disseram que eram mais famosos que Cristo, começou a desgraça e o grupo acabou. Aliás, se os Beatles são sirs, eu sou Cavaleiro do Império Britânico, título que ganhei da rainha da Inglaterra. Na cerimônia, os copeiros e garçons do Palácio de Buckingham quebraram o protocolo para fazer fotos com o Pelé, que nunca prejudicou a imagem do Brasil e de sua família.

Mas o senhor se disse um pai ausente quando o seu filho Edinho foi preso por ligação com o narcotráfico. Fui ausente por causa do trabalho e resolvi falar porque havia muita injustiça com o Edinho pelo fato de ele ser filho do Pelé. O outro episódio negativo que envolveu o nome do Pelé foi o da filha que o Edson teve e nem ficou sabendo direito que tinha: a ex-vereadora de Santos Sandra Nascimento, que morreu de câncer em 2008. Muita gente falou mal do Pelé, acusou-o de abandonar a filha...
Ela precisou lutar na Justiça para ser reconhecida. Tanto Sandra como a fisioterapeuta Flávia Kurtz, que também é minha filha, já apareceram adultas. Elas não eram filhas de namoradas minhas. Nos dois casos, foi uma aventura, e as mães nunca me procuraram. Nunca tive intimidade com Sandra, mas senti pela sua morte por ter sido como foi, por ela ter parado de tomar remédios por motivos religiosos.

O Pelé já foi um fardo para o Edson? É difícil carregar a fama do Pelé. É um desafio minuto a minuto, porque as tentações são muitas. O Edson é humano e adoraria levar uma vida mais divertida, mas sabe que é o equilíbrio e a base do Pelé. Os dois sabem quanto é importante não decepcionar o povo brasileiro.

O senhor continua solteiro? Sim, e não estou procurando namorada. Vai aparecer naturalmente e todo mundo vai saber, como soube quando comecei a namorar a Xuxa. Todo mundo soube quando me casei e quando decidi me separar da Assíria, que é um pouco radical com a religião evangélica. Ela levava os pastores para casa, mas eu não podia levar os meus amigos católicos. Em catorze anos de casamento, só pude receber os meus amigos em casa duas vezes.

Mas o senhor tem saído com algumas mulheres? São amigas. Graças a Deus, sempre tive um monte delas no Brasil, em Nova York... A maioria gravou comerciais comigo. Depois que gravei com a atriz Isis Valverde, queriam saber se ela era minha namorada. É só amiga.

O senhor está com 68 anos. Sente o peso da idade? O Pelé é imortal. O Edson não tem medo de envelhecer, nem de morrer. Agora, eu me preocupo com a minha saúde. Faço exercícios e fecho a boca para manter o peso: 78 quilos, o mesmo que eu tinha quando parei de jogar. É bom para a minha altura, 1,72 metro. Com o topete, ganho mais 1 centímetro. Tenho pouco cabelo branco. Não pinto o cabelo, só uso um xampu que equilibra a cor. A minha vaidade é andar bem vestido. Todo mundo pensa que eu compro roupa na Itália ou na França. Na verdade, trago os modelos para o Everaldo, meu alfaiate em Santos. Tenho conjuntos iguais a este (da foto) de todas as cores.

Fonte: revista veja /Sandra Brasil

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Mães da Sé alertam: desaparecidos no Brasil podem passar de 200 mil por ano


Todos os anos, mais de 200 mil pessoas desaparecem no Brasil – 40 mil são crianças e adolescentes. Dez a 15% não retornam para seus lares. O perfil de desaparecidos, de acordo com Ivanise Santos, presidente da Associação Brasileira de Busca e Defesa das Crianças Desaparecidas (ABCD), são menores de origem pobre, de pele clara e muito bem afeiçoados, mas sem uma faixa etária definida.

Mãe de uma menina desaparecida há 13 anos, Ivanise acredita que o número de pessoas desaparecidas pode ser ainda maior, sobretudo nas Regiões Norte e Nordeste, onde existem famílias que por desconhecimento não procuram uma delegacia para registrar o desaparecimento de um parente.

“Outro dia, recebi uma mãe cujo filho estava desaparecido há 30 dias e ela não tinha feito o boletim de ocorrência. Ela começou a procurar o filho pelos hospitais e ruas mas não sabia que tinha que ir à delegacia. É raro, mas ainda acontece”, disse, em entrevista à Agência Brasil.
Ivanise afirmou que as autoridades brasileiras ainda deixam de cumprir o que é previsto em lei para os casos de desaparecimento.
Ela acredita que o sumiço de uma pessoa é visto, na maioria das vezes, apenas como mais um número que alimenta as estatísticas.
A Lei 11.259/06 prevê que toda delegacia, ao registrar uma ocorrência de criança ou adolescente desaparecido, deve começar uma busca imediata, além de acionar aeroportos, portos e terminais rodoviários.

“A polícia não pode alegar o desconhecimento da lei. Nossa Constituição é bem clara quando diz que a criança e o adolescente são responsabilidade da família, do Estado e da sociedade. Há um descaso e um abandono muito grande”, afirmou.

Apesar do desaparecimento de uma pessoa não ser enquadrado como crime, Ivanise alertou que há relatos de crianças e adolescentes desaparecidos ligados ao tráfico de órgãos, de pessoas, de drogas e também à adoção ilegal e à exploração sexual.

As circunstâncias em que ocorre o desaparecimento, segundo ela, são similares na maioria dos casos e demandam atenção por parte dos responsáveis. Crianças e adolescentes geralmente desaparecem enquanto brincam na porta de casa, quando fazem o percurso de ida ou de volta da escola ou quando saem para fazer compras em estabelecimentos comerciais próximos de onde moram.

“A prevenção é primordial e a criança, atualmente, é muito inteligente. Se você conscientizar o seu filho dos perigos que corre, ele não desaparece. São coisas simples como ensinar o número do telefone e o endereço de casa, o nome do pai e da mãe, ensinar a não dar informações para qualquer pessoa estranha que se aproxime dele oferecendo uma bala ou um brinquedo. Procure saber quem são os amigos do seu filho e nunca deixe ele sair de casa desacompanhado”, orientou.
A primeira providência a ser tomada, caso um menor desaparecido seja identificado, é entrar em contato com o serviço de Disque-Denúncia local ou mesmo para o 190. Ivanise destacou que a pessoa não precisa se identificar, mas apenas ter a consciência de que aquela criança ou adolescente tem uma família que está à procura dela.

A associação, também conhecida como Mães da Sé, realiza um ato nas escadarias da Praça da Sé, em São Paulo, amanhã (2), às 16h30. Mães de crianças e adolescentes desaparecidos farão uma manifestação silenciosa segurando fotos de seus filhos nas escadarias da catedral.

Agência Brasil/ Paula Laboissière

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