Aceita um chá?

Chá para emagrecer, dormir, relaxar, cólica menstrual, de rim ou simplesmente um chá para acompanhar uma conversa afiada? Bom, escolhido o chá certo para curar a sua enfermidade, isso é se tem, vamos fazer a nossa Boston Tea Party , ou seja, Festa do Chá de Boston.
Há mais de 200 anos, no dia 16 de dezembro de 1773, por isso, me lembrei do chá por estarmos no mesmo mês, colonos norte-americanos se revoltaram contra uma medida da coroa inglesa e atirou 45 toneladas de chá ao mar, precisamente no porto de Boston.

Na época, eles se perguntavam se a forma como a metrópole direciona suas vidas era a mais sensata, foi quando começaram a exigir em troca do pagamento dos inesgotáveis impostos a representação no parlamento inglês. Em 1768, John Dickinson escreveu a primeira canção patriótica dos Estados Unidos, a Liberty Song ("Canção da Liberdade"). O boicote aos produtos ingleses se efetivou, mas o chá era a bebida de todos, igual o cafezinho brasileiro. O governo inglês não resistiu a pressão e exonerou as taxas dos produtos, menos do chá. Fato causou repúdio entre os colonos.

No dia 16 de dezembro queimaram 45 toneladas de chá vindos da Inglaterra no porto de Boston, em outras cidades como Nova York, Filadélfia e Charleston os navios nem conseguiram aportar. A ação foi repreendida com embargo e deu aos militares poder para ocupar as casas dos colonos, porém operários das 13 colônias americanas não se intimidaram. O resultado é que 3 anos depois as mesmas 13 colônias fundavam os Estados Unidos da América.

No fim da conversa, a pergunta é onde está o nosso chá? Por que até hoje entregamos nosso ouro e trabalhamos para pagar impostos? Tudo bem, você num tem a resposta e nem gosta de chá, então, vamos tomar um café.

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Horas na net

Nenhuma palavra entre as milhares espalhadas pelos sites de notícia, entretenimento, relacionamento, horóscopo, religião preenchem meu dia. Elas soam vazias. São inúmeros bordões. As frases feitas são as que mais ocupam espaços, principalmente em texto que falam de sexo. Quando o assunto é sexo, a notícia ou o boato é o mais acessado do site. É aquela velha história: mulher pelada chama a atenção. Homem também, mas discretamente, longe do chefe.

Até as páginas mais conceituadas sempre tem uma, duas, três, modelos sensuais, com poses arrebatadoras, olhares atraentes, quase que em orgasmo. Que pena! Não tem orgasmo? A maioria não passa de caras e bocas, sombra e luz de estúdio e uma dose de photoshop. E claro tem aquelas que andam sem e outras que mostram a calcinha para as lentes. Tudo por uma “fotinha” e um link.

Não pense que vocês homens que vão passar somente com meros receptores dos fatos e boatos. Tem as frutas dos sites e também tem “bonitão” fútil disperso em todos os cantos que não tem muito talento além do corpo. A libido impulsiona o mouse e clica. Pronto abriu a matéria com frases feitas e duas fotos de um ator, cantor, modelo em algum lugar paradisíaco, paradisíaco porque ele o irresistível está lá.

Junto com as outras futilidades, nessa época, tem aquele monte de perguntas do gênero que presente dar para o namorado ou namorada no natal? Poxa!Será que a pergunta seria necessária se o tal namorado ou namorada prestasse atenção no outro. Ai tem aquelas listas enorme de sugestões de presentes recomendáveis e não recomendáveis. Mais no final uma dica infalível: prestar atenção no outro e não tem erro. Olha só que inovadora!

Ainda bem que é natal, tempo de renascer, mudar as ações e atitudes grotescas com quem amamos, fingimos que amamos e aturamos por conveniência. Quem sabe nesse natal nasça a coragem que precisamos para mudar o que precisa ser mudado na vida e parar um pouco de ficar olhando calcinhas e saradões na net. Mas, se papai Noel me entregasse Rodrigo Santoro iria ser grata porque ele não é só bonitão, tem outros componentes que faz o mouse se apressar e soltar um click em qualquer link com seu nome.

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Pra não dizer...

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição...


Geraldo Vandré

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Soneto do Amigo

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com os olhos que contem o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual à mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

VINÍCIUS DE MORAES

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Como ensinar as crianças?

A herança de punir as crianças com agressões às vezes culminam em morte. O desequilíbrio psicológico predomina em momentos que deveriam ser de diálogos e casos como o de Isabella Nardone, Josef Fritzl e o abandono de um garotinho de dois anos na BR, 415, próximo a Itabuna (BA), irrompem a violência infantil velada dos lares.

Como entender o mundo mágico das crianças e educar para viver no mundo de gente grande? Essa é uma missão quase impossível. O escritor polonês, Janusz Korczak, em seu livro, "Quando Eu Voltar a Ser Criança" delata o esquecimento dos adultos de seus dias de brincadeiras e às vezes aplicam as mesmas punições que consideram abusivas em seus filhos.

Para tentar entender esse comportamento a psicóloga, Marisa de Paula analisa a situação sobre a ótica da psicanálise de Sigmund Freud e da psicologia comportamental de Burrhus Frederic Skinner. Ela explica que a cultura de bater nas crianças dentro da psicanálise pode ser explicada pelo comportamento agressivo ou pela repetição. "É comum adotar a mesma metodologia dos pais" frisa.
Marisa alerta que nos dias atuais está ocorrendo uma regressão à tática de punir com agressões por acreditar que as crianças de ‘antigamente’ eram mais comportadas porque tinham mais limite. O que a psicóloga não considera uma verdade. Outro ponto avaliado é a estrutura do casal e o significado do filho na vida deles. "Em qual situação essa criança foi gerada?", questiona apontando que pode ser mais um motivo de desavença.
Já seguindo a linha psicológica de Skinner, Marisa destaca que temos a tendência de ressaltar mais as ações negativas e puni-las com mais rigor. "Quando deveríamos fazer o oposto enfatizar as ações positivas. No entanto, não é a melhor maneira de educar", afirma.

O ideal é ensinar as responsabilidades e os deveres que as crianças têm brincando. Por exemplo, uma criança de dois anos não tem estrutura física e psicológica para arrumar o quarto sozinha. "A mãe pode começar a ensinar isso brincando, até ela perceber a necessidade e tiver idade suficiente para fazer essa tarefa" aconselha. Em outros casos, a psicóloga receita dialogar e mostrar a necessidade e a importância de determinada atividade.

Texto produzido durante as aulas de jornalismo on-line (prof. Luis Paulo Potenza Xavier- 1º semestre de 2008) na facnopar.

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Promessas para o ano novo

O timbre marcante de Bono Vox em New Year's Day, do álbum “War” de 1983, entra pela janela do 4º andar. A melodia trazida pelas ondas hertizianas, da rua, invade a sala e se mistura com a voz de Paula Toller cantando: ...nesse mar, os segundos, insistem em naufragar, esse mar me seduz, mas é só prá me afogar...

As canções se cruzam, mas a única coisa que insiste em minha mente é a chegada de mais um fim de ano. New Year's Day me faz pensar na multidão na praia de Copacabana toda vestida de branco, fazendo oferendas e promessas para uma vida melhor para o próximo ano. Os sonhos parecem que se lançam nas águas do mar, antes do dia amanhecer, e no meio do ano se encontram à deriva, sós em uma imensidão chamada id, ego e superego.

A sedução do mar ou a obsessão exercida sobre ele? Muitos serão os náufragos nesse oceano de egoísmo, onde insistimos em não mudar a rota, em remar a favor da corrupção, das injustiças e todas as ações que punem descabidamente nossos semelhantes. Será que o humanista e vocalista do U2, Bono Vox, tem razão em dizer que nada muda no dia de ano novo? Será que nada muda em todas as esferas ou só no amor?

As luzes de natal formam um cordão colorido na Avenida Curitiba e nas principais ruas do comércio. Transeuntes se esbarram nas calçadas, observam as vitrines com as últimas tendências do São Paulo Fashion Week. Amigos, familiares, conhecidos e desconhecidos dão a bares, lanchonetes, pizzarias, restaurantes e a sorveterias um ar de vida noturna. Se prestar atenção aos diálogos logo perceberá que se vertem sobre trabalho, festas, amor e sexo.

Será que a promessa de paz, respeito aos direitos humanos, ao meio ambiente não será cumprida em mais um ano? Será que vamos continuar a ver por anos seguidos cenas de fome, ataques terroristas, intolerância, mortes e mais mortes? Em 2009 não quero promessas para não me afogar num mar de desencontros comigo e com o mundo.

Quero a certeza de um mundo melhor, começando por mim. Acreditar que posso ser melhor, muito melhor, tornar as pessoas que vivem comigo mais felizes, o ambiente mais limpo, separando tudo o que é reciclável, brincar de pula-corda e joga bola-queimada com as crianças. Fazer biscoitos de nata e bolo de milho verde para hora do café com meus pais. Penso que a palavra delicadeza tem que ser vivenciada com mais ênfase em 2009.

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Dia de Ano Novo

Tudo está quieto no dia de ano novo
Um mundo em branco está em andamento
E eu quero estar com você
Estar com você noite e dia
Nada muda no dia de ano novo
No dia de ano novo
Eu vou estar com você novamente
Eu vou estar com você novamente
Sob um céu vermelho sangue

Uma multidão se reuniu em preto e branco
Braços entrelaçam os poucos escolhidos
E o jornal diz, ele diz
Diz é verdade, diz é verdade e
Nós podemos abrir caminho
Partido em dois nós podemos ser um
Eu começarei novamente
Eu começarei novamente

Oh! E talvez o tempo está certo
Oh! Talvez essa noite
Eu vou estar com você novamente
Eu vou estar com você novamente

E então nós fomos avisados disso em ano dourado
E o ouro é a razão das guerras que nós travamos
Ainda que eu quero estar com você
Estar com você noite e dia
Nada muda no dia de ano novo (U2)

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Acidentes matam 830 mil crianças a cada ano, diz OMS

Batidas de carro, afogamentos e outros acidentes matam 830 mil crianças ao redor do mundo a cada ano. O número é surpreendente e representa um problema comumente ignorado, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) na quarta-feira.

O relatório, que compilou informações de 200 especialistas do mundo inteiro, é o primeiro a delimitar a dimensão do problema e procurar estimular a saúde pública e os grupos de desenvolvimento a entrar em ação, segundo autoridades.

"Ficamos surpresos com a dimensão do problema em nível mundial", disse Etienne Krug, autoridade da OMS que compilou o relatório, em uma coletiva.

A África tem o maior índice de mortes acidentais. Lá, a incidência é 10 vezes maior do que em países ricos como Austrália, Holanda, Nova Zelândia, Suécia e Reino Unido, que têm os menores índices de ferimentos em crianças, de acordo com o relatório.

Cerca de 95 % das mortes ocorrem em países em desenvolvimento, a maioria na África, mas o problema também é acentuado em nações mais ricas. Nestes países, as mortes por acidentes também afetam os mais pobres desproporcionalmente.

Cerca de metade dessas mortes poderia ser evitada com o aumento do uso de cadeirinhas, coberturas para poços e piscinas e barreiras que impeçam o acesso de crianças a construções, entre outras medidas, informou o relatório, feito em conjunto com o fundo para a infância da ONU.

"As crianças mais pobres não têm todos os ganhos das crianças de nações mais ricas", disse Elizabeth Towner, especialista em saúde infantil da Universidade de West England em Bristol, que contribuiu para o relatório. "Os ferimentos na infância são uma causa da injustiça social e precisam ser levados em conta".

Os acidentes nas estradas são a principal causa de mortes acidentais, matando 260 mil crianças e ferindo mais 10 milhões a cada ano. Afogamento, queimaduras, quedas e envenenamento acidental completam a lista das cinco maiores causas.
Krug pediu aos governos e autoridades de saúde que contenham o problema, pois a morte e a incapacitação de crianças pode manter o ciclo de pobreza.

"Toda criança perdida por um ferimento ou uma incapacitação severa vai prejudicar a economia futura do país" disse o relatório.

LONDRES (Reuters) - Por Michaek Kahn

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Maconha pode preservar memória na velhice

Cientistas americanos dizem que substâncias presentes na maconha podem ser benéficas para o cérebro à medida que as pessoas envelhecem, reduzindo índices de inflamação e estimulando a formação de novos neurônios.

A equipe, da Ohio State University, em Ohio, nos Estados Unidos, apresentou seu estudo durante uma reunião da Society for Neuroscience na capital americana, Washington.

O trabalho indica que a criação de uma droga legal que contenha certas propriedades similares às da maconha poderia ajudar a prevenir ou retardar a chegada de doenças como o Mal de Alzheimer.

Embora a causa exata desta doença seja desconhecida, acredita-se que uma inflamação crônica no cérebro contribua para a perda da memória.

A intenção dos cientistas é criar uma nova droga cujas propriedades seriam semelhantes às da tetrahidrocanabinol, ou THC, a principal substância psicoativa da planta da maconha - mas sem o efeito inebriante da droga.

Ao lado de nicotina, álcool e cafeína, a THC, quando consumida em moderação, tem demonstrado uma certa eficácia em proteger o cérebro contra inflamações, o que pode se traduzir em uma melhor memória na velhice.

"Não é que tudo o que é imoral seja bom para o cérebro", disse o responsável pela pesquisa, Gary Wenk, da Ohio State University. "Simplesmente, existem algumas substâncias que milhões de pessoas, durante milhares de anos, vêm usando em bilhões de doses, e você está notando que existe um pouco de sinal no meio de todo o ruído".

As pesquisas de Wenk e seus colaboradores já demonstraram que uma droga sintética semelhante ao THC pode melhorar a memória de ratos. Sua equipe está agora tentando entender como a substância funciona no cérebro.

Fonte: BBC Brasil

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Um minuto de conversa

As ruas são tão familiares. Os rostos tão comuns. Na rotina do caminho para o trabalho são raras as surpresas que cruzam as calçadas. Hoje, encontrei uma flor pantaneira perdida. As incertezas desta vida a movia como o vento move as folhas das árvores no outono.

Na Rua Osório Ribas, em frente ao nº 217, pedia dinheiro para voltar às terras pantaneiras. Carregava um filho no colo. Não era mais uma pedinte. Era sul mato-grossense, só podia ser pela pele, jeito, sotaque... Parecia tão decepcionada com uma informação desencontrada.

Dizia que veio procurar a casa dos avós e uma vida nova. Os avós se mudaram para Curitiba. E a tentativa de encontrar um emprego novo e começar uma nova etapa foi ao chão. E o telefone? Não tinha. Só o endereço. Veio com a única certeza, a esperança de encontrar os avós. De repente, uma lembrança do carinho dedicado a ela na infância e a certeza da mão acolhedora fez arriscar e vim sem pestanejar.

Mais um minuto de conversa com a mulher de pele parda, estatura mediana, calça jeans, blusinha preta, bolsa estilo carteiro, cabelos presos e um menino de 18 meses, aproximadamente, no colo. Ele na sua inocência dormia agarrado ao seu peito. Sua mão direita segurava-se na alça da sua blusinha.

Então, a Secretaria de Assistência Social vai te ajudar e senhora poderá voltar para casa. A resposta veio como tropeção. Já tinha procurado, mas a cidade é grande e disseram que não podem ajudar todo mundo que aparece. Como assim? Pelo que consta, o município tem excesso de arrecadação, vai subir mais 17% os impostos.

No entanto, para esta brasileira não restou nem informação. O que faço agora se existe dinheiro em excesso nos cofres públicos e no meu só chega no 5º dia útil do mês e acaba no 6º? Olha, a Igreja, aquela ali na praça, também tem um centro de assistência social. Vai lá conversa com eles, explica a situação e quem sabe podem te ajudar a voltar para casa.

A mulher se despediu, cruzou a Praça Rui Barbosa, subiu as escadarias e entrou na igreja. Sua imagem desapareceu, seu rosto não, sua angústia me deixou angustiada. Um grito de revolta explodiu e se calou em mim porque aqui a expressão nos meios impressos, radiofônicos e televisivos é um só, menos a realidade.

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O SENHOR é o meu pastor...


O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.
Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas.
Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.
Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.
Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do SENHOR por longos dias.
Salmos 23

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Estudos apontam mais que números sobre Aids

Em quase três décadas no Brasil (1980 – 2007), 500 mil pessoas contraíram a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), desde montante 200 mil morreram. Hoje, no Dia Mundial contra a Aids, estudos apontando números alarmantes da disseminação da doença aparece em todos os noticiários e ganha até os programas de entretenimentos.

Algo impressiona além dos números, a condição vivida pelos portadores soropositivos, principalmente as mulheres. A condição de pertencer a uma estatística reduzida de vida – é o que a maioria das pessoas pensa quando fala em Aids- faz, em geral, as expectativas, sonhos e planos se evaporarem. Exilam-se em si, se condenando a perdas maiores que as provenientes do vírus.

O número de casos de Aids entre mulheres tem aumentado como mostra os estudos. De acordo com o Ministério da saúde, a taxa de incidência para cada 100 mil mulheres saltou de 9,3, em 1996, para 14,2, em 2005. Entretanto, não significa que as mulheres estejam mais promiscuas. Segundo levantamentos feitos por Organizações Não Governamentais (Ongs), como a Hora Extra mostra que as mulheres ainda não tomam a postura de cobrar o uso do preservativo na hora do sexo.

Com esta ação, percebe-se que as mulheres continuam submissas, aprisionadas ao sistema machista operante, principalmente as casadas. Confiam ou se deixam confiar em seus maridos, colocando em risco sua saúde, sua vida. Na maioria dos casos, o marido mesmo sabendo da doença não fala para a esposa, tirando dela a chance de tratar-se. Por Amor? ! Por egoísmo?! Talvez .

Ainda quando descobre em fase já adianta tem que enfrentar o preconceito aniquilante dos amigos, colegas de trabalhos, vizinhos, familiares... E claro enfrentar a dor da traição sozinha. Só Jesus Cristo para consolar os corações destas mulheres. Mas a alma de mulher não se deixa vencer por Aids, bofetadas, pressões psicológicas, abandono... Sempre se refazem com fé e amor pela vida. Podem até se auto-exilarem, entretanto, sabem que são abençoadas e lutam até o fim por dia melhores.
*mulheres não deixem de garantir a sua segurança por amor, convença seu amado que é melhor para os dois.

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Crianças soropositivas sofrem com o preconceito no Camboja


A Aids -- que tem seu Dia Mundial de Combate nesta segunda-feira -- mostra sua face mais cruel quando atinge a população infantil. Estimativas do governo do Camboja indicam que 20 mil crianças em todo o país são portadoras do HIV.

As histórias trazem um enredo tragicamente repetido: a maioria das crianças soropositivas são filhos de portadores HIV, que devido à falta de tratamento para a mãe acabaram contaminados durante o parto. Como o diagnóstico e tratamento da Aids não existia no país até 2002, e ainda hoje é bastante tardio, elas acabam se tornando órfãs. "Sem os pais, as crianças têm de ser cuidadas por outras pessoas, geralmente idosos, de nível cultural e sócio-economico baixo, que não entendem a rotina rígida do tratamento. Muitas vezes, a solução encontrada é levar essas crianças para orfanatos", explica o pediatra mineiro Sérgio Cabral, responsável pelo programa pediátrico de HIV/Aids da ONG internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) no Camboja.

Mas ao contrario da tradicional imagem negativa que muitos orfanatos têm, as instituições cambojanas, quase sempre administradas por estrangeiros, reproduzem um ambiente familiar, onde as crianças podem estudar e conviver com outras da mesma situação. A adoção muitas vezes não faz parte da filosofia dos estabelecimentos. "Como o Camboja sofreu muito com o tráfico humano, e é muito dificil haver interesse de adoção de criancas soropositivas, a idéia de muitos desses lugares é dar condições delas se desenvolverem para poder mais tarde ter uma profissão digna e se sustentarem", explica a enfermeira brasileira Kelly Cavalete, que desde agosto de 2008 trabalha com a MSF no Camboja.

Em geral, a indicação de transferência para os orfanatos é feita pela organização ou outras ONGs locais, que acompanham o tratamento das crianças. "Muitas famílias moram em casas de madeira, sem estrutura nenhuma para armazenar os remédios, que ficam guardados nas paredes de palha. Como moram em locais desfavorecidos, sem eletricidade, há muitos casos de crianças que tomam remédios errados à noite, porque as cores das pílulas são parecidas. Já vi também crianças saudáveis tomarem anti-retrovirais porque queriam tomar a mesma coisa que seus irmãos soropositivos", conta o pediatra cambojano Soeung Seitaboth, responsável pelo programa do Hospital Pediátrico Angkor, onde cerca de 500 crianças soropositivas recebem tratamento gratuito, graças à ajuda da ONG Friends Without A Border.

Nem sempre a escolha da transferência é feita pelas ONGs. Não raro, as próprias crianças pedem para sair de casa, devido a preconceitos de parentes, vizinhos e até mesmo funcionários das escolas. "Houve uma menina que se tratava com a MSF e que, apesar de ter perdido os pais, vivia ainda em um ambiente familiar. Mas ela veio nos pedir para ir morar num orfanato, porque estava sendo muito discriminada na escola, e não se sentia bem com isso", lembra Kelly.

Mudar esse triste cenário não é uma tarefa fácil, mas não chega a ser impossível. "A grande maioria das crianças que nasce soropositiva é contaminada durante o parto, devido à exposição ao sangue e à mucosa. A prevenção da transmissão de mãe para filho envolve diagnóstico precoce e oferta de anti-retrovirais para a gestante e para a criança após o parto. Se isso for feito de forma correta, a probabilidade de contágio cai de 25% para menos de 1%", afirma o pediatra brasileiro.


G1 (texto de Juliana Braga, jornalista da ONG Médicos Sem Fronteiras)

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