Tanque rosa:arte, protesto, pedido de paz?

David Cerny, escultor tcheco, está em evidência por enganar as autoridades da União Européia sobre a exposição “Entropa”, que deveria compor obras de artístas dos 27 países membros. Ele mesmo criou as 27 peças que retratam clichês e preconceitos de cada país da União Européia.

Cerny também inventou a biografia de cada artísta, mas desistiu da farsa dois dias antes da abertura, que estava marcada para hoje no saguão da sede da União Européia, em Bruxelas. O escultor tcheco deu uma explicação simples para a imprensa. "Exagero grotesco e mistificação são marcas da cultura tcheca, e criar falsas identidades é uma das estratégias da arte contemporânea", declarou David Cerny sobre a exibição organizada pela presidência tcheca da UE em Bruxelas.

"Sabíamos que a verdade viria à tona mas, antes disso, queríamos descobrir se a Europa consegue rir de si mesma."

O escultor de 41 anos é conhecido por obras polêmicas, como quando pintou um tanque de guerra soviético de rosa (1991, e se tornou símbolo da liberdade), e um Trabant (veículo fabricado pela antiga Alemanha Oriental) sobre quatro enormes pés. Esta última, se encontra nos jardins da embaixada alemã em Praga, capital da República Tcheca. ( Deustche )

Será interessante um dia encontrar os tanques pintados de rosa, como uma referência a loucura humana. Uma simples referência estética, uma obra de arte. Como dizia Picasso “a arte é a mentira que permite dizer a verdade”. Os tanques seriam apenas uma obra e não não mais uma arma aniquiladoras de vidas. Quando vamos começar a pintar outros tanques de rosa?

Talvez hoje começamos pintando as ideias ultrapassadas, cheias de preconceitos e daqui alguns anos vamos ao museu levar nossos filhos, quem sabe netos, a ver tanques pintados de rosa. Eles não terão, quem sabe, o desprazer de ver Gaza massacrada pelos tanques israelenses ou qualquer outro canto do mundo.

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