Não compreendo certas coisas

Nunca compreendi certas coisas. Talvez, não compreendo pela minha falta de vivência. Mas creio que não viverei o suficiente para compreender estas e tantas outras coisas. Não consigo encontrar uma resposta sensata para as ações como a da ex-presidente sérvia da Bósnia Biljana Plavsic, libertada, nesta terça-feira (28/10), após cumprir seis anos de prisão por perseguir croatas e muçulmanos durante o conflito na ex-república iugoslava.

Plavisc se refere aos muçulmanos como “defeito genético” em um corpo sérvio. Junto a “Dama de ferro bósnia” está Karadzic, que está sendo julgado em Haia (Holanda) por crimes de guerra, e Ratko Mladic, foragido que também é procurado por crimes contra a humanidade. Esses nomes, na verdade, me soam estranhos. Passei a conhecê-los faz pouco tempo. Preferia não ter conhecido porque associados a eles estão vidas que foram dizimadas por traços genéticos, posicionamento político e religioso. Bom, esses são os argumentos. Para mim, isto não é argumento para suprimir alguém.

Outra coisa que não consigo entender são os ataques freqüentes da Al Qaeda, que se intensificaram nas últimas semanas. Em um dia um carro bomba explode e mata 80 pessoas e deixa dezenas de feridos e mutilados, no outro, penso que se trata do mesmo caso, mas não, é outro, e se vai mais 80, 90, 100 vidas por causa de uma nova explosão. Desta vez foi perto de um mercado freqüentado por mulheres em Peshawar, no Paquistão. No Afeganistão, os ataques também são constantes. Estes são os que estão na mídia.

Ah, não podemos esquecer os conflitos étnico-religiosos em países africanos. Será que é mesmo a aparência que tanto importa? Serão que é a cor dos olhos, da pele, o formato do nariz? Temos um ancestral comum, sentimentos e racionalidade que nos “diferenciam” dos demais seres vivos e um fim comum também: a morte. Por que, então, a maldade prevalece em tantos corações? Poxa, quero um dia viver em um lugar onde as pessoas são julgadas pelo o que elas são e não por sua origem étnica.

Me indigno também em ter um governador que diz que o câncer de mama em homens é causa das passeatas gays. O preconceito está enraizado em toda a sociedade, e aparece em formas de piadinhas desdenhosas e seguem de geração para geração. Esta é uma parte da história que não me importo se não registrarem nos livros. Desejo que desapareça do inconsciente coletivo e de qualquer registro escrito. Eu quero esquecer toda essa mediocridade.

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2 comentários:

Gian Fabra disse...

não há o q compreender, resta agir para q um dia a ignorância tenha fim.

Vanuza Borges disse...

Talvez, um bom inicio seja jogar fora todo o preconceito.