Sexta-feira, 14 de agosto de 2009, às 7h40, uma mulher de aproximadamente 40 anos entra no ônibus com uma máscara cirúrgica. Entrega o vale transporte ao cobrador, que a olha com desconfiança. O ônibus está lotado. A mulher segue mais para o meio do coletivo. Todas as janelas estão abertas por recomendação da Secretaria de Saúde. O vento sopra gelado, mas ninguém questiona.
Os olharem continuam a se convergir para a mulher de máscara. Alguns que estavam ao lado dela tentam se afastar sutilmente sem que ela perceba. “Não estou com a gripe suína! Parem de me olhar desse jeito”, falou irritadíssima. A voz da mulher esta carregada de impaciência. Os passageiros do coletivo se entreolharam, mas ninguém comentou o fato.
No terminal, a passageira mascarada desce com a massa trabalhadora do comércio. No entanto, outras pessoas se juntam aos trabalhadores que seguem para as fábricas. Junto com eles, entrou um senhorzinho de aproximadamente 60 anos, que assim que entrou fechou a janela. Senhor, a janela é para ficar aberta disse um rapaz de no máximo 23 anos. O mesmo rapaz abre a janela. O senhor se levanta do banco e fecha. Senhor!!! Abre a janela novamente. A cena se repete umas quatro vezes. Senhor, faz favor, a janela tem que ficar aberta. É que eu estou com frio. Tudo bem, mas nós não queremos ficar gripados. Resultado, a janela seguiu aberta e o senhor encolhidinho com frio.
Se alguém expirra no ônibus todos já o cercam de olhares interrogativos de será que está com a gripe suína? Essa gripe, além do receio com a tosse alheia vai deixar muitas pessoas com o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) de tanto lavar as mãos com água e sabão e álcool gel.
É incrível, toda vez que entra em algum lugar tem uma plaquinha indicando lave as mãos ou um recipiente com álcool em gel. As mãos já estão ressecadas de tanto álcool. E quando chega em casa, alguém logo diz para lavar as mãos antes de tocar nas coisas. Os antropólogos terão que explicar os reflexos dessa gripe para próxima geração.
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