Pontos...

Ponto de exclamação, interrogação, reticências, ponto final, ponto de vista... São tantos pontos. Mas, não são destes pontos que quero falar. Quero falar das histórias feitas ponto a ponto. Aquelas que começaram no ponto de ônibus, no último ponto da estrada, dos pontos que somaram na entrevista de emprego, no concurso, no vestibular, dos pontos suados para se livrar de uma dependência na faculdade, dos ponteiros dos relógios, da flor pontilhada com a agulha de tricô, das suturas na pele costuradas ponto a ponto, das tatuagens feitas com a ponta da agulha...

Quantos pontos somamos ou subtraímos durante o ano inteiro? Na via Láctea está pendurado, pela gravidade, um ponto azul. Como será que anda nossos pontos com este ponto azul chamado Planeta Terra? Será que temos ganhado pontos quanto o assunto é a preservação da nossa Terra, da nossa Casa? Temos mantido-a livre de inseticidas, desmatamentos, poluição? E quando o assunto são os seres que habitam nela. Temos respeitado as ideologias, a religiosidade, preservado a vida, a ética?

Será que temos ultrapassado a média de pontos nos papéis de bala espalhados pelas ruas, de não parar nas faixas de pedestres, de não usar contraceptivos e preservativos, de dar esmolas? Quem precisa de esmolas? Esmola! Crianças sujas, doentes, famintos? Famintos de quê? De fome, de saber, famintos pela verdade.

Uma legião de pedintes estende a mão em busca de uma resposta, de sua verdade, em busca de algo que sacie sua fome de espírito. As migalhas recebidas não cessam a fome, apenas acalenta por algumas horas. E todos os dias mais de 180 milhões de uma nação de famintos de fome e sede saem em busca de pão e água da dignidade, em busca do emprego seguro, da saúde que cura, da escola que ensina para vida, da segurança em caminhar pelas ruas. Brasileiro de verdade nunca entrega os pontos.

O ponto final é sempre de partida, partida para ação, nunca de estagnação ou de abandono. O ponto, o meu ponto é sempre um eterno reagir diante dos fatos. Onde está o ponto de partida? No ponteiro do relógio que marca o tempo? Todo minuto é minuto para refletir e recomeçar. Nunca entregue os pontos! Vale à pena acreditar na vida. Acreditar na saúde, na educação empreendedora, no fortalecimento da economia, em moradias e na arte, válvula de escape da loucura dos dias famintos.

Saúde para viver, viver bem. Educação para entender o mundo, redescobrir as ciências, encontrar oportunidades, melhorar a qualidade de vida, respeitar os credos, as etnias. Economia forte para dar suporte aos projetos escritos por estes e para estes estudantes. Casa, as pessoas precisam de uma referência no cair da noite, se cair que caiam nos braços da família. Arte, talvez como dizia Picasso “é a mentira que nos permite dizer a verdade”, para se reencontrar consigo mesmo, para protestar, para relaxar, para compartilhar os momentos de alegria e indignação.

Mas, agora, é sério mostre seu ponto de vista. Não entregue os pontos. Acesse: http://www.brasilpontoaponto.org.br/. Ajude a fazer um Brasil melhor!!!

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1 comentários:

Mário Sioli disse...

Ponto para você!
Beijos