Terra dos aflitos I

Na terra dos alfitos,
Os homens caminham sem rumo
O coração sangra
A verdade se esconde

O capital prevalece

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Dom Quixote


Engenheiros Do Hawai

Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
peixe fora d'água, borboletas no aquário
Muito prazer, meu nome é otário
na ponta dos cascos e fora do páreo
puro sangue, puxando carroça

Um prazer cada vez mais raro
aerodinâmica num tanque de guerra,
vaidades que a terra um dia há de comer.
Ás de espadas fora do baralho
grandes negócios, pequeno empresário.

Muito prazer me chamam de otário
por amor às causas perdidas.

Tudo bem...até pode ser
que os dragões sejam moinhos de vento

Tudo bem...seja o que for
seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas

Tudo bem...até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
muito prazer...ao seu dispor

Se for por amor às causas perdidas
por amor às causas perdidas

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Metamorfose II

A vontade de ser um shake árabe fez da Metamorfose, maior festa a fantasia do mundo, um encontro dos ricos donos de poços de petróleo. Por uma noite, a fantasia reinou. Eles desfilavam com a exuberância e a confiança dos shakes. Queriam conquistar as mulheres e construir o seu harém.

No cotidiano, os árabes são hostilizados e de repente a melhor fantasia é justamente de um shake. Algumas coisas são bem estranhas. Vivemos apenas, não compreendemos. O homem árabe que vemos nas reportagens na tevê não é nem de longe romântico, galanteador, bonitão... O único atrativo parece ser os poços de petróleo e os dólares. Também são passados como terroristas e insurgentes.

Pelo visto, a postura do homem árabe chama mais atenção dos homens a das mulheres. As mulheres podem não tagarelar, mas quando um shake árabe aparece na telinha impressiona, principalmente, o shake de Dubai. Ele já, um senhor de 57, não traz no rosto a beleza, mas transmite segurança e inteligência. Segurança não corresponde a dinheiro.

As mulheres gostam de homens ousados, com postura firme e decididos. A postura de um shake. As que foram na Metamorfose tiveram o prazer ou desprazer de conhecer um, mesmo que não fosse original.

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Metamorfose I


Metamorfose – mudança na forma ou estrutura do corpo – foi exatamente isso que aproximadamente 20 mil pessoas fizeram sábado (13/09), no parque Ney Braga, em Londrina. O slogan da festa era justamente: você pode ser o que quiser. Logo na entrada, a movimentação era intensa, e aguçava o apetite para entrar no grande caldeirão da fantasia.

E muitos festeiros não economizaram na criatividade, e mudaram a sua forma. Ficou evidente a vontade de ser um herói, um personagem do mundo encantado dos desenhos animados, um skake árabe ou um super policial do FBI ou da Swat. Soldados, marinheiros, bombeiros, médicos, operários, também estavam espalhados por todos os cantos. Até estelionatários e estelionatárias, famosos pelos 171, estavam a solta. A lábia persuasiva não perdoava ninguém, se alguém parasse para ouvir, logo, logo caía no golpe e nos braços dos malandrinhos.

As roupas pareciam dar poderes. A sensação, mesmo que por uma noite, de ser quem quisesse fez com que o Id superasse o Ego, em muitos momentos. Algumas fantasias por mais despretensiosas que fossem arrancavam suspiros e despertavam a imaginação.

A metamorfose parecia está desprovida de más intenções, não houve cenas intensas de violência, apenas casos isolados. E olha que policiais de verdade nem marcaram a presença, a segurança foi feita pelos soldados de mentirinha e por todos que estavam a fim de diversão, e cansados da violência gratuita e inútil do cotidiano. Além dos seguranças oficiais da festa.

O uso de maconha e outras “coisinhas” a mais não assustaram ninguém, também ninguém interrompeu quem estava fumando um cachimbinho da paz. Cada macaco no seu galo e a festa chegou ao raiar do dia com a serenidade dos deuses e ao som da Banda Pedra Letícia. O show foi vibrante. Quem estava com sono despertou e cantarolou até Raul.

Depois de Pedra Letícia, os seguranças praticamente mandaram os “festeiros de plantão” embora, só ficou a boate a disposição. No caminho de volta piratas e odaliscas já se definhavam com o sol e o friozinho de Londrina.
Foto: Site www.festaemlondrina.com.br

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Continua faltando diálogo


Hoje faz sete anos que terrorristas da Al-Qaeda provocaram a morte de aproxiamdamente três mil pessoas. Eles usaram quatro aviões, dois atingiram as torres gêmeas do World Trade Center em Nova York, um o Pentágono e o outro caiu numa área rural na Pensilvânia.


O mundo nunca esqueceu a manhã de 11 de setembro de 2001. Assim como é impossível esquecer 6 de agosto de 1945, e a famosa bomba atômica. Ela consumiu imediatamente mais de 68 mil vidas em Hiroshima e matou mais 38 mil em Nagasaki. Nos anos seguintes levou mais de 70 mil à morte por causa da radioatividade.


Quantos morreram nos campos de concentração de Adolf Hitler? Quantos morrem diariamente em conflitos no oriente médio? Quantos morrem por ideais políticos e religiosos? Quantos morrem por causa da violência gratuita? Parece que matar se tornou normal. Não é normal. Não pode ser normal. Acredito que a tolerância e o diálogo devem prevalecer em qualquer circunstância. Para mim, nenhuma idéia vale uma vida, como canta a banda Titãs.

Um pouco de poesia para refletir sobre o caos.


Rosa de Hiroshima


Pensem nas crianças
Mudas telepáticas

Pensem nas meninas

Cegas inexatas

Pensem nas mulheres

Rotas alteradas

Pensem nas feridas

Como rosas cálidas

Mas, oh, não se esqueçam

Da rosa da rosaDa rosa de Hiroshima

A rosa hereditária

A rosa radioativa

Estúpida e inválida

A rosa com cirrose

A anti-rosa atômica

Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada

(Vinícius de Moraes / Gerson Conrad)

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Domingo na tevê

Dizem que a chuva meteórica de informações que recebemos diariamente faz com que ficamos anestesiados diante da realidade. Isso faz com que não adotando uma postura crítica e não nos sensibilizamos com o sofrimento alheio. Isso até pode ser verdade. Fazia alguns dias que não assistia jornal na tevê, quando liguei e resolvi assistir alguns, antes de começar o jogo entre Brasil e Chile, foi de arrepiar.

Vi Gil Grego Rugai, principal suspeito de assassinar o pai e a madrasta, em Santa Maria (RS) desfrutando da liberdade condicional, quando deveria estar em São Paulo. O pior veio ao ver o pai e a madrasta acusados de matar os filhos dele. Dois meninos, um de 12 e outro de 13, foram mortos asfixiados, queimados e esquartejados. Foi de cortar o coração.

Depois disso, assistir o jogo do Brasil, não tinha mais graça, nem os gols de Luis Fabiano e Robinho me fizeram vibrar. Foi a voz do repórter descrevendo o crime que me fez companhia na hora de dormir, junto com a pergunta: o que está acontecendo nesse mundo de pais e filhos?

A relação entre pais e filhos é árdua. Mas será que a solução está na morte de um deles? Sempre acreditei no diálogo, entretanto, parece uma simples palavra, que não se faz representar em uma ação. Talvez possa ser a ineficiência de vigiar da justiça com a impaciência de ouvir o outro.

As crianças não tiveram a atenção das conselheiras. Não era birra de criança, mas uma ameaça real que se concretizou. Faltou vigilância no caso Gil Rugai. Não conseguimos contabilizar quantos assassinos, maníacos, estelionatários conquistam o direito de esperar o julgamento em liberdade e desaparecem. Tão pouco conseguimos quantificar o número de crianças e adolescentes que são submetidos à violência por causa da fragilidade psicológica, física e financeira.

Interessante que nessa jornada todos em algum momento volta a ser frágeis. Alguns na velhice são cuidados, muito bem cuidados pelos filhos, outros são recebidos em asilos, outros ainda a morte os acolhe antes da velhice . Ela chega com um tiro, uma facada....

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