Ficha suja?

ONGs já iniciaram campanhas para não permitir candidatura de parlamentares com a “ficha suja”. Uma iniciativa louvável. Acredito que isto não deveria nem ser questionado. Mas por que eles se elegem?
Penso que tem que começar uma campanha para “limpar a mente do eleitor”. Deixar claro que somos responsáveis pelas mudanças e o voto consciente é uma ação que tem reação. Não vamos ignorar nosso poder de decisão. E como diz Luigi Pirandello, a decisão é o imperativo necessário.

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Cuide Bem Do Seu Amor

Cuide bem do seu amor
Seja quem for,
Cuide bem do seu amor
Seja quem for...

(Paralamas)

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Hoje: uma promessa a ser vivida

Hoje, na minha previsão astrológica está escrito que acontecerá algo na minha vida amorosa que mudará a minha vida para sempre. Quanta pretensão dos astros! Nem acredito em astrologia. Bem, mas será que justo hoje que sai, para trabalhar, sem batom, lápis de olho e rímel vou encontrar alguém especial e que também me achará especial. Aff!!
Me lembro agora de uma matéria que li hoje de manhã sobre as preocupações que afligem as mulheres como celulite, quilos a mais, sexo no primeiro encontro, fio dental.... Mas, isto não na visão das mulheres, mas dos homens. Todos deram respostas diplomáticas e animadoras para o público feminino.
Quanto ao assunto celulite disseram que é normal, e que não conhecem uma bunda sem celulite. Quilos a mais, normal também. “É bom de vez em quando encontrar um corpo normal”. Sexo no primeiro encontro, sem problemas. “Homem que acha que mulher é vagabunda porque transa no primeiro encontro é otário”. Ufa! Tem despontado no horizonte raios de civilidade. Ah e fio dental de oncinha só use se não se sentir constrangida, a lingerie preta faz sucesso do mesmo jeito. Lógico que eles não desprezam os cuidados e não deixam de apreciar um corpo escultural, mas, não é o imprescindível.
O dia está na metade. Vamos ver o que acontecerá nas próximas horas, além da Coréia ter declarado guerra à Coréia do Sul, especialistas afirmar que os Estados Unidos vai sair da recessão até o fim do ano, abertura para as inscrições do Prouni, uma tragédia no zoológico, ...
A vida flui como as notas emanadas pelo álbum Help de Beatles (ouvindo agora, me deu saudades. Saudades de que mesmo?).

Vamos aguardar?!

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Pra onde este ônibus vai?

Antônio sai do bar da Vera, na Rua Ponta Grossa, onde acabou de tomar sua última dose de pinga e olha apreensivo para os veículos que passam. Ele se aproxima mais um pouco do meio-fio, dá uma viradinha para o lado direito para enxergar melhor o tráfego no horário do rush.

Os ônibus se aproximam, e ele começa a perguntar pra onde este vai? Para o Afonso Camargo. Encosta outro. E este? Vila nova? Passa a mão na pele avermelhada pela pinga e recortada pelo tempo, arruma a camisa e torna e perguntar: para onde este ônibus vai? Dom Romeu. Menina, menina, e aquele outro, para onde vai? Moro no Castelo Branco, mas num sei ler. Aprendi a fazer conta sozinho, mas lê num sei. Todo dia na hora de pegar o ônibus é esse sufoco.

Senhor aquele que vem é do Castelo. Ele se afasta e faz a mesma pergunta para um rapaz, depois para uma senhora que chega abarrotada de sacolas do supermercado e certifica: vai para o Castelo Branco. O ônibus encosta e ele entra no coletivo carregando um misto de vergonha e humilhação.

Antônio é um dos indivíduos que faz parte dos 7% de analfabetos no Brasil. Outros Antônios, Josés, joãos, Pedros, Marias, Juracis, Beneditas, Claras complementam a lista. Vinte e um por cento da população brasileira sabe ler de forma rudimentar, ou seja, conseguem localizar informações explícitas em textos curtos. Conforme a Unesco, 25% da população brasileira com mais de 15 anos são analfabetos funcionais, pessoas com menos de 4 anos de estudo completos.


Entrar num ônibus certo é só uma das limitações dos analfabetos. Mesmo depois de séculos da invenção da escrita, as letras continuam excluindo. O Brasil, de acordo com a Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (Clade), concentra mais de um terço da população analfabeta da América Latina, 14 milhões de pessoas com 15 anos ou mais que não sabem ler e escrever, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2007, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo as informações averiguadas pela Clade, um percentual de 11,4% de analfabetos entre a população com mais de 15 anos de idade, a média brasileira fica atrás, por exemplo, dos índices do México (9,10%), Equador (9%), Panamá (8,10%) e da Colômbia (7%).

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Além das retinas

Uma imagem sempre chega a mente de Soraia de forma serena: uma senhora corpulenta, de vestido branco com hibiscos azuis, com sua bengala caminhando calmamente e com dificuldades pelas ruas. Ela tenta atravessar uma via movimentada, fica um bom tempo tentando até alguém pegar em seu braço e levá-la do outro lado. Ela agradece a gentileza com um sorriso.

Soraia, uma adolescente entrando na idade adulta vive em crise, percebe que este retrato a tem visitado com mais frequência nas últimas semanas. A garota, de cabelos cor de romã madura, tenta encontrar uma razão. Por que a vê sempre se nunca a viu de verdade? Será que o seu cérebro construiu esta cena? Será que foi baseado em um filme? Em um livro? Em um diálogo? Do Imaginário? De onde vem?

Estas perguntas a cercam dia e noite. Soraia transformou a imagem de uma senhora caminhando serenamente em um presságio: ficaria cega. Esta ideia despertou nela o desejo de perceber as nuances de cada cor, ver e guardar na memória a cor dos olhos de seus pais, irmãos, amigos, dos bichos... A menina, de sorriso conciliador, queria ver de novo o horizonte alaranjado do pôr - do - sol, o azul acinzentado das nuvens carregadas, o amarelo radiante dos girassóis... Soraia começou a perceber o arco-íris que a cercava.

Despertou de manhã e correu para a biblioteca e de repente queria ler todos os livros. Dos romances mais doces e dramáticos aos livros de biologia. Logo tomou consciência que não conseguiria, mas pensava que não teria tempo. Se questionava angustiada como iria ler seus livros se são poucos os títulos publicados em braille? Como ler as revistas nos domingos de manhã? Como aprender andar por estas calçadas tão irregulares de olhos fechados? Como fazer o arroz-doce com canela sem enxergar?

Quantas mudanças. Soraia, então, começou a prestar atenção nos detalhes e se preparar para mudança que considerava inevitável. Começou a viver diferente. A profecia não passou de uma fantasia, porém, agora enxerga além das retinas. Enxerga as dificuldades alheias, os sonhos dos outros, a necessidade de recomeçar a viver diferente. A imagem da senhora idosa foi embora como um sopro assim como havia chegado.

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Apucaranense desaparecido


Esta pessoa, conhecida como Naldo, está desaparecido deste a última semana de abril. No último dia em foi visto, ele saiu de sua casa no Corrêia de Freitas, região rural de Apucarana, com destino a casa de seus pais em Apucarana. Naldo trabalhava na lavoura de café e saiu usando camisa xadrez, bermuda e chinelos. Qualquer informação entar em contato pelo (43) 9985-0731 com Jozimar ( irmão do desaparecido). A família agradece a colaboração de todos.

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