“Começou com um testemunho de vida, que eu ouvi dentro do Movimento do Cristma, o Aroldo Laurindo deu seu testemunho de vida usando a bolinha dosadora. Ele disse que aquela bolinha era a bolinha que tinha dosado a vida dele para a desgraça, que tinha dosado a vida dele para o fracasso. E, então, ele teve uma idéia de pegar essas bolinhas e fazer um terço, para aquela mesma bolinha que dosou a vida dele para o fracasso dosasse para a oração, para vitória. Achei fantástico o testemunho dele”, recordo Nivaldo Rodrigues.
Comovido com o depoimento, Nivaldo resolveu fazer o mesmo. Ele era um dependente do álcool em recuperação desde 1996 e encontrou na atividade uma maneira de se manter sóbrio e de ajudar ao próximo.
Longe da bebida, agora seus dias são bem diferentes.Quase todas as horas são dedicadas ao próximo e às atividades religiosas.
Ele reza o terço, ministra catequese na chácara do Cristma, coordena diocese e um grupo de vivência.
Foi nesta rotina descobriu que o acessório se compõe mais do que de simples bolinhas dosadoras.
“O terço já diz que é a terça parte de alguma coisa, o terço vem do rosário. Se você vê a cruz, foi em uma cruz que Jesus morreu, para salvar a gente do pecado”, diz. Ele explica que a primeira bolinha após a cruz significa que é Deus é único. As três seguintes representam a Santíssima Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. E a próxima bolinha representa a oração que Jesus nos deixou, o Pai Nosso. Nivaldo ainda acrescenta que o terço é dividido em cinco mistérios, porque cinco foram as chagas de Jesus na cruz e de 10 em 10 porque 10 são os mandamentos da lei de deus.
Toda renda arrecada com a venda do acessório é revertida para caridade.O policial aposentado também vende os terços para comprar bíblias para os dependentes em tratamento na chácara do Cristma. A margem de lucro por peça vendida é de R$ 5. Nivaldo gasta em torno de 25 minutos para fazer um terço. As bolinhas são doadas por donos de bar e por uma empresa fabricante de bebidas em Jandaia do Sul.
*Matéria publicada na Revista Uau!/Jornal Tribuna do Norte/ em 19 de julho.
Texto - Vanuza Borges
Foto - André Henrique Veronez